No
Brasil, o brilhareco dos intelectuais orgânicos da esquerda globalista é reconhecido
e retroalimentado numa bolha formada por militantes, sejam
político-partidários, sejam autoridades constituídas, acadêmicos, ou gente da
grande mídia e do meio cultural. Carreiristas, e de olhos gordos sobre verbas
estatais, vivem da troca de favores, de agitação e propaganda, de elogios mútuos,
de solicitar e conceder sinecuras, de conquistar vagas no serviço público... E é possível verificar um movimento de facilitação para que os companheiros de viagem, que dividem a mesma visão
de mundo, ocupem os espaços para permitir a utilização da
máquina estatal com vistas a acelerar a marcha da revolução.
Sua
produção intelectual é, em regra, insignificante e de baixa qualidade. Vivem basicamente
da repetição de ideias de terceiros mais capacitados ou da adaptação das teses
progressistas do momento; e transmitem essas ideias em saraus, debates, colóquios,
nas salas de aula (onde possuem audiência cativa: os alunos), na grande mídia (onde
falam “especialistas”), em manifestações da classe artística, nos livros que escrevem
ou em qualquer lugar em que haja uma plateia adestrada, pronta para consumir
seu produto sem fazer questionamentos antagônicos. O objetivo é formar consensos,
e por isso essas ideias serão exaustivamente transmitidas por intelectuais orgânicos em seus respectivos campos de atuação.
É
interessante observar que toda a produção do pensamento socialista globalista encontra
sempre um mecenas, um patrocínio. Já as vozes discordantes que porventura frequentarem
quaisquer desses meios serão constrangidas a entrar em espiral do silêncio. E
não é só isso. Quem não comunga do pensamento hegemônico é considerado inimigo,
um pária a ser calado e que nem mesmo merece viver (dê-lhe uma boa bala e uma
boa cova 1).
Como
podemos ver, não há nada de intelectual, apenas militância. Não há espaço para
a verdadeira discussão de ideias; o contraditório não é bem vindo; e a verdade
é temida e odiada pela capacidade de destruir o atraso e a mentira inerentes à
ideologia que abraçam. WALSH, sobre a Teoria Crítica e o progressismo em geral,
ilustra bem isso: “Não pode haver sequer um raio de luz na escuridão, senão as
pessoas entreverão a verdade” 2.
Não veem o sol, e é possível que muitos nem saibam de sua existência.
Com
efeito, é preocupante o fato de que a disseminação dessas “ideias que podem
circular” já inicia no ensino médio, mas avança sobre as criancinhas do ensino
fundamental. Essa é a razão de já chegarem lobotomizados às faculdades; e é por
isso que passou da hora do enfrentamento robusto contra essa militância organizada
que ocupa espaços e divide a sociedade em vários grupos identitários que serão conquistados
mais facilmente.
A
finalidade é apagar quaisquer resquícios da nossa civilização e nos tornar escravos
numa sociedade planificada, composta de um núcleo forte administrador que
comanda um juntamento de pessoas inertes, manipuláveis, amedrontadas, dependentes
do Estado e cada vez mais infantilizadas e ignorantes. São esses engenheiros
sociais que querem nos fazer acreditar que lutam para nos entregar um futuro
promissor, sem guerras, sem desigualdades. Enquanto isso, o Brasil afunda no
atraso, como qualquer outro país que tenha seguido esse ideal marxista.
Basta!
Notas
1 Síntese do poema “O interrogatório do homem de bem”, de Bertolt Brecht, recitado
pelo Professor Mauro Iasi, que se candidatou à Presidência da República em 2014
(Comunista Mauro Iasi incita o assassinato
de todos os conservadores. Terça Livre TV, 18/10/2015. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=1Ls6edhtDDI>);
2 walsh, Michael. Escola de Frankfurt: o
palácio de prazer do demônio – o culto da Teoria Crítica e a subversão do
Ocidente. Campinas: Vide Editorial, 2020, p. 144.
Fernando César Borges
Peixoto
Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa
forma, é um saudosista.