terça-feira, 3 de abril de 2018

Triiiiiimmmmm... – É o palhaço



Ele acorda assustado, com a respiração ofegante, sentindo palpitações... Pouco havia passado das três horas da madrugada.
Começa a recobrar a razão e a se situar no tempo e no espaço. Então, dá conta de que havia tido um pesadelo: um telefone tocava insistentemente, com o som daquelas campainhas antigas (triiiiiimmmmm... triiiiiimmmmm...), e quando ele atendia, do outro lado, uma voz de palhaço lhe dizia: - Eu vou te matar.
Ele percebe que no filme que passava na TV – que costumava deixar ligada quando ia se deitar para dormir –, tocava um telefone insistentemente, e a chamada era idêntica à que ouvira no sonho.
Ele dá um sorrisinho maroto, e levanta para ir ao banheiro. Bexiga cheia, a cachoeira não para. Parou.
Resolve pegar um copo com água, e enquanto atravessava o comprido corredor em direção à cozinha, ouve o telefone tocar: triiiiiimmmmm... triiiiiimmmmm...
Ainda sonolento, ele se encaminha para atender, mas no meio do caminho lembra que o telefone de sua casa é sem fio, e o som da campainha é completamente diferente. Mesmo assim, ele se encaminha para atender...
Seis da manhã. Sua esposa acorda, vê que ele não está na cama e lembra que não há alternativa senão levantar para fazer o café da manhã.
Ao chegar à sala, ela encontra o corpo dele caído ao lado do telefone. Sofrera um infarto fulminante.