segunda-feira, 26 de março de 2018

O Mecanismo – crítica ligeira da 1ª temporada

 

(I) Motivação

ATENÇÃO! Pode conter spoiler. Não leia se não quiser saber de fatos da série que retrata a Operação Lava Jato.

Meu interesse em tratar da série “O Mecanismo” vem do assombro de ver/ouvir pessoas misturando ficção e realidade na análise de fatos cotidianos. Quem nunca ouviu que a vida imita a arte com algo como: “é igual à novela; o traficante possui mais consciência social que o dono da fábrica”; ou “é igual à novela; a menina ama o namorado e outro rapaz. Se o namorado gosta dela, tem que aceitar dividir”.

Através de engenharia social, a mídia (e não só ela) manipulou por anos e anos um público sem outras opções de diversão, transformando seu agir e seu pensar, promovendo mudanças comportamentais tão profundas que muitos já não enxergam os absurdos e as contradições que cometem e defendem.

A cada dia são apresentados e incentivados comportamentos e tendências contrários aos valores fundamentais da nossa civilização, e pouca gente nota. Foi assim com a legalização do divórcio, a mundanização do sagrado pela teologia da libertação, a ridicularização do cristianismo, o “casamento” entre gays, o sistema de cotas, a ideologia de gênero, o direito à identidade social... Já estão quase conseguindo aprovar o homicídio de crianças no ventre materno (aborto) e estão nos preparando para aceitar (e depois também impor, como nas situações citadas) o estupro de vulneráveis (pedofilia) e o incesto. Esses temas já entraram no radar, foram deslocados do "setor de assuntos sequer consideráveis para discussões acerca de costume e doença. O próximo passo será a imposição da aceitação, sob pena de persecução penal e punição. É isso o que está previsto na Janela de Overton (ou janela do discurso).

Mas, e o seriado?

É preciso esclarecer algumas coisas antes de continuar essa breve análise. Peço paciência àquele que queira me acompanhar.

Padilha dá sempre um jeito de inserir sua visão utópica de mundo nos filmes em que trata da dinâmica do povo brasileiro (só assisti a esses, sorry!).

Em Tropa de Elite, vemos jovens viciados pacíficos que defendem a liberação de drogas e advogam sobre a conscientização social de criminosos, que são benfeitores das favelas; já do lado das milícias, elas são formadas por policiais da ativa e da reserva, que apenas praticam violência e exploram os moradores das localidades em que reinam. Não os trata como são: criminosos, assim como os traficantes.

O policial honesto é violento, desrespeita as leis que protegem a integridade física alheia (tortura, homicídio etc.), enquanto o deputado consciente e humanista de esquerda, que (tá certo - ele admite -, fuma a inofensiva maconha de forma recreativa, mas) põe sua vida em risco para defender presos, é quem abala as estruturas do “sistema” – embora esse sistema sempre se reorganize.

Dá para perceber a diferença no enfoque? Dá para perceber a similitude com aquilo o que se pensa de Marcelo Freixo, o político queridinho da esquerda caviar?

 

(II)

O seriado da Netflix estreou causando rebuliço nas redes sociais, desagradando a pessoas de posicionamento político à esquerda e à “direita”. O protagonista, Selton Melo, no The Noite de Danilo Gentile, chegou a afirmar que o enredo puxa a brasa para ambos os lados, o que pode ser o motivo das reclamações.

Entretanto, àqueles que vão assistir, aconselho que tenham duas coisas em mente. A primeira é que, embora nomes, datas e fatos estejam muito próximos da realidade política recente de nosso país, é uma obra ficcional, baseada no livro de Vladimir Netto sobre a Operação Lava Jato. Importante saber que Vladimir Netto é filho de Míriam Leitão, a Amélia que lutou junto aos terroristas que tentaram instaurar uma ditadura do proletariado no Brasil nas décadas de sessenta e setenta do século XX.

A segunda, é que o Padilha é um esquerdista talentoso. Ao falar isso, quero lembrar que, antes de talentoso, ele é esquerdista; e como todo esquerdista, ele manipula e desinforma enquanto mescla verdades e mentiras.

(III)

Não é difícil perceber que o seriado adotou a narrativa da esquerda, e utiliza a linguagem da esquerda. Vejamos:

1) Janete foi reeleita “presidenta” da república derrotando o candidato Lúcio Lemes, que pertence a um partido de “direita”. Sim, o PSDB é tratado como partido de direita – nada mais clichê;

2) O “vice-presidento”, Samuel Thames, trama com Lúcio Lemes um “golpe” para a tomar o poder e conter a operação que pode expor o esquema (“mecanismo”) de corrupção que vai atingir os donos do poder, toda a cúpula da política nacional, que está presente nos mais variados partidos;

3) Janete se nega a utilizar a máquina do governo para abafar a operação policial;

4) O ato de “bater panela” quando corruptos petistas apareciam em rede nacional foi tratado com menosprezo;

5) Afirma-se que a corrupção independe de ideologia – é ambidestra, praticada pela direita e pela esquerda. Isso é verdade na medida em que políticos considerados de direita (considerados!) também tinham um preço. Mas não é verdade fazer essa equivalência em meio à narrativa do maior esquema de corrupção já existente no mundo, ampliado de forma incomensurável no período do lulo-petismo (incluam-se os mandatos de Dilma). A série repete o estelionato intelectual praticado por um “pensador” da esquerda que relativiza os crimes ao dizer que quem fura a fila do pão é tão corrupto quanto quem desvia bilhões de reais de dinheiro público e apresenta a conta para a sociedade pagar.

 

(IV)

O enredo trata das “instituições podres”, do “sistema” que se retroalimenta e é impossível ser parado porque independentemente da ideologia política em vigência ele irá funcionar... Já ouvimos isso da boca do capitão Nascimento, ouvimos agora do delegado Marco Ruffo. Ah! Ambos enfrentam sérios problemas com as esposas, em razão da entrega à função que desempenham. A ficção de Padilha insiste em afirmar que quem exerce cargos de chefia nas polícias, e com tendências a virarem heróis, é uma pessoa  infeliz e violenta.

Agora trato da queimadinha de filme no Juiz e nos membros do Ministério Público e da polícia.

6) A polícia abriga um agente desequilibrado que usa o aparato policial para perseguir, abusando de ilegalidades, um desafeto seu. Mais tarde, seus colegas também cometerão irregularidades ao permitirem que ele se imiscua no meio policial após ter sido aposentado. Há, ainda, policiais relapsos, como retratam as cenas que envolvem a campanha de vigilância do doleiro e a busca e apreensão no escritório do diretor da Petrobrasil;

7) Os membros do Ministério Público são retratados como ingênuos, facilmente manipuláveis, e indefesos diante de gente importante e profissional. Há uma guerra de egos entre a Delegada e um Procurador da República retratado como vaidoso e individualista, que apresenta desde acusações de sabotagem involuntária das investigações até ceninhas de afetação durante uma entrevista, na qual um quer sobressair em relação ao outro;

8) O Juiz Paulo Rigo, da 1ª Instância, responsável pela operação, é retratado como um homem que faz sexo de meias e é extremamente vaidoso, a ponto de alterar a assinatura a partir de uma abordagem na rua, quando alguém pede um autógrafo (seu primeiro) numa edição de jornal.

 

(V) – Encerrando as impressões sobre a 1ª temporada

9) O Dr. Mário Garcez Britto, o “Mago” (ou “Bruxo”), é alguém com cacife para costurar um acordo que salve a pele de empreiteiros e políticos. O fato de ter sido Ministro da Justiça de Lula é comentado, mas não explorado. O que importa é que ele atua para livrar o empresariado da cadeia, essa gente inescrupulosa, que corrompe políticos há décadas. Foram mostradas reuniões do grupo dos empreiteiros, mas nenhuma entre políticos tratando da divisão do butim conquistado com os contratos fraudados. Cadê a análise da participação desses políticos nesse esquema? 

OBS.: A personagem representa Márcio Thomaz Bastos (o “God”), advogado criminalista e ex-Ministro da Justiça que deixou a fortuna de 393 milhões de reais a serem divididos entre seus herdeiros. O homem que participou do “governo do povo” de Lula pertencia à elite do país, a mesma elite que Lula trata como inimiga sua e do “povo”, e contraditoriamente alimenta com dinheiro público para criar campeõs nacionais e com quem mantém relações negociais. Não houve qualquer referência a isso também.

10) Enquanto o “Mago” alinhavava um acordo com o chefe do Ministério Público Federal em Brasília, os advogados das empreiteiras se reuniam com os procuradores de Curitiba para propor um acordo e encerrar a operação. Um dos advogados diz algo como: É um acordo para "zerar" a corrupção, como é feito nos Estados Unidos. As empresas pagam, comprometem-se a não cometer novos crimes e tudo fica bem. Ninguém é preso.

Particularmente, eu acho difícil que um acordo que envolva crime de corrupção nos EEUU livre alguém de puxar uma cana, mas...

Padilha vive agora nesses mesmos EEUU que critica, o que chega a ser engraçado. Apesar de bastante simpático ao partido de Freixo - que prega o desarmamento da população, ruas iluminadas e bandidos fora das prisões como forma de combater a criminalidade e a violência -, após sofrer com violência no Rio de Janeiro ele se mudou para onde as leis e o Judiciário são mais rígidos.

De outro lado, “acordo para zerar a corrupção, como nos EEUU” é uma nova generalização tipicamente esquerdista: o grau de nocividade de cada crime isoladamente é desconsiderado. A corrupção é palavra avulsa, sem  sentido quando não se personaliza as figuras do corruptor e do corrompido. Na prática, torna mais fácil livrar a cara do criminoso “amigo”. Causa-se, com isso, o mesmo efeito que as bandeiras: “precisamos combater a impunidade  /violência”, “precisamos lutar pela paz / liberdade / igualdade”...

Mas não é em todo lugar do mundo que as coisas funcionam assim, com essa percepção de generalização. Nem em algumas de nossas instituições, em que algumas situações individuais, dependendo de quem está envolvido, cria uma solução individual.

 

Pense!


 

Fernando César Borges Peixoto

Advogado, pós-graduado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista.

 

quarta-feira, 14 de março de 2018

Em defesa de Bernardo, tendo como pano de fundo a salvação



Alguns fatos estranhos aos princípios da Igreja Católica, com a participação de autoridades eclesiais e fiéis, levaram Bernardo Küster, um leigo, cansado como seus irmãos católicos que percebem a degradação causada na religião por gente de dentro, resolveu fazer denúncias postando vídeos nas redes sociais [1]. Ele tratou dos seguintes temas:
. Absurdos no Encontro Nacional das Comunidades Eclesiais de Base de 2018, como cantar ponto de macumba, incluir fotos de Dilma e Lula na Via Sacra e adulterar o Evangelho na Missa, e outras ações do Bispo de Londrina (onde houve o Encontro), como render homenagens a Frei Betto e chancelar seu discurso, e autorizar a realização de uma “Semana LGBT” na PUC;
. Discurso de um Bispo contra o direito a ter uma arma para defesa pessoal;
. Cáritas, organismo da CNBB, recebe dinheiro da Fundação Ford, conhecida por defender políticas pró-aborto na América Latina;
. Documentos da CNBB com conteúdo ofensivo à Sã Doutrina;
. Relação muito próxima entre comunistas e gente ligada à CNBB, e permissividade com a divulgação do marxismo cultural; e
. Incongruências da Campanha da Fraternidade de 2018.
Bernardo ainda divulgou um artigo sobre a doação de parte do valor arrecadado na Campanha da Fraternidade de 2017, a projeto administrado por instituições que apoiam pautas ofensivas ao cristianismo [2], e revelou (para espanto de muitos) que não é a CNBB que representa Roma no Brasil, mas a Nunciatura Apostólica. Há outras denúncias.
No Ano do Laicato [3], quando, teoricamente, a voz do leigo seria amplificada, as denúncias tiveram grande repercussão. Só que “o combinado” não era denunciar aqueles que promovem a destruição da Igreja de Cristo por dentro... Então, apesar de muita gente vir prestando apoio a Bernardo, ele sofreu ataques de membros do Clero, e de muitos leigos também. Ao mesmo tempo, há os que dizem preferir obrar pela manutenção da unidade da Igreja, enquanto outros olham para o lado, sem querer tomar conhecimento dos fatos.
Membros do Clero, como o Arcebispo de Brasília, que preside a CNBB, e alguns padres, como Zezinho e Joãozinho, insatisfeitos, resolveram, no melhor estilo desinformador, atacar e calar o mensageiro através de textos evasivos, sem contestar especificamente argumentos e, principalmente, provas apresentadas. Mais amenos, o Bispo Fernando Rifan e o Pe. Paulo Ricardo tentaram contemporizar, pedindo aos leigos que orassem, aproveitando a Quaresma, e ficassem quietos, aguardando a manifestação da CNBB.
Vale lembrar que denúncias já foram feitas anteriormente, mas não se conhece qualquer medida tomada para frear a “grande marcha”. No Congresso “Conversas de Justiça e Paz: diálogos e reflexão”, fiéis confrontaram representantes da CNBB, pedindo a tomada de atitude contra os desmandos do governo petista e providências contra as relações estreitas entre comunistas e membros da Igreja Católica [4]. O jovem Marco Rossi expôs o encontro realizado na PUC de Goiás, com a presença de um representante da CNBB, onde um membro do MST teria pregado a luta armada [5]. O rapaz, parece, foi excomungado [6]. Por fim, Bernardo informou que há 40 anos, o Bispo de Diamantina, Minas Gerais, manifestou sua preocupação com o aparelhamento das CEBs por comunistas [7]. O que foi feito desde então? Há que se esperar ainda mais?
De volta aos vídeos, os ofendidos preferiram usar o “argumentum ad hominen”, a apresentar sua versão dos fatos ou provas contrárias, dando a impressão de que são militantes, ou não assistiram aos vídeos, e se comportam como gado. Em algumas respostas é possível identificar a estratégia comumente usada por marxistas: não sendo possível calar o opositor [8], a saída é manipular a plateia para vencer o debate, não enfrentando o tema discutido quando estiver em desvantagem, e levando a discussão para uma zona de conforto, inserindo assuntos paralelos ou totalmente estranhos ao contexto. E não falta aquela eventual tomada do discurso do adversário, tratando-o como se fosse seu [9].
O Presidente da CNBB e Arcebispo de Brasília, Cardeal Sérgio da Rocha [10], em comunicado, lamentou “que muitos católicos têm compartilhado e alimentado agressividade nas redes sociais” e advertiu que “É pecado grave usar o nome de Deus ou qualquer religião para praticar ou justificar a violência”. Também disse que a Quaresma é tempo de conversão e que a Campanha da Fraternidade de 2018 “pretende contribuir para superar a violência e promover a paz”, daí a necessária contribuição para construir a fraternidade e paz nos ambientes em que vive”. Ele pediu aos fiéis que não compartilhemconteúdos ofensivos e desrespeitosos”, não participem “de grupos de WhatsApp ou de outras redes sociais que disseminam fofocas, fazem linchamento moral e críticas destrutivas, atingindo até mesmo a Igreja”, e, por fim, afirmou: “Quem escuta a voz de Jesus testemunha a sua palavra ‘Vós sois todos irmãos’, jamais tratando o outro que pensa diferente como um inimigo a ser combatido, mas como um irmão a ser amando, se necessário com a correção fraterna e o perdão”.
É possível verificar o ataque à pessoa de quem provou fartamente suas denúncias, por trás de um discurso manso e pacífico. Andemos.
Já sobre a denúncia do depósito de dinheiro na conta da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), a CNBB esclareceu em nota que “não financiou projeto algum de ‘ONGs abortistas’ nem de ‘grupos terroristas’ com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), constituído pela coleta da Campanha da Fraternidade-2017”, mas destinou dinheiro ao “V Encontro dos Signatários da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil”. Como a plataforma não possui CNPJ, o dinheiro foi entregue a um dos membros da Secretaria Executiva [11].

A nota, em verdade, confirmou a denúncia: o dinheiro foi depositado na conta de uma associação que promove o aborto, a liberdade sexual e o casamento homossexual, ainda que com a finalidade de repassá-lo à Fundação Esquel, para promover a tal plataforma. E isso pode constituir violação às diretrizes de doação de dinheiro estabelecidas pela própria CNBB. Ainda tem mais: o MST, organização que invade propriedades alheias usando táticas terroristas, também faz parte da Secretaria Executiva da plataforma. Enfim, os gestores do projeto, que administraram o dinheiro dos católicos, são exatamente aquelas organizações apontadas, ligadas a práticas condenadas pela Igreja.

A CNBB não comentou nem contra-argumentou as demais denúncias, inclusive silenciou sobre os textos da Via Sacra com apologia à ideologia de gênero, o que confronta a doutrina católica, como bem explica o Pe. José Eduardo em vários vídeos disponíveis na internet [12].
O Pe. Joãozinho, no Facebook, classificou a “série de ataques orquestrados à Igreja Católica” como “fogo amigo”, vindo de “pessoas que se julgam mais católicas que o papa e gostariam que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil deixasse de existir”, e afirmou que o vídeo foi “maldosamente editado”, pois, “No meio de um copo de críticas relevantes”, foram inseridas “algumas inverdades... como se fosse uma gota de veneno [13].
Bernardo, então, pediu para o padre apontar o erro e o veneno, e perguntou: “O senhor acha mesmo que haveria outro modo de comover uma cúpula de bispos, alinhada com o PT, a parar de fazer isso? A coisa está surtindo efeito porque não há mais como esconder. Quando a CNBB fere gravemente a Igreja PUBLICAMENTE com o PT, desobedecendo PUBLICAMENTE o Catecismo, politizando PUBLICAMENTE a Igreja, o senhor, padre, acha que a resposta tem de ser uma reuniãozinha privada? O que aconteceu com a boa tradição católica das disputatios medievais, acompanhadas pelo povo?”.
O Pe. Joãozinho, que abandonou o tema das denúncias na postagem inicial, também o fez na resposta, que foi destacada em novo post [14]: “... Acredito que tocamos no foco da questão: a eclesialidade da CNBB, ou mesmo das conferências episcopais... Sabemos quem é o responsável por promover a dispersão e a divisão. Lutamos contra estas forças diabólicas todos os dias. O marxismo cultural está no sotaque agressivo e cínico de muitos críticos ácidos da Igreja e acaba conseguindo alguns adeptos para sua ‘cruzada separacionista’”.
Ele encerrou usando o velho “conselho vá estudar”, sugerindo a leitura de um artigo do Pe. Paulo Ricardo, um tradicionalista; e ainda tentou colar a pecha de divulgador do marxismo cultural exatamente em quem critica a prática de... marxismo cultural na Igreja Católica.
Curiosamente, o texto do Pe. Paulo Ricardo, não o ajuda, pois dispõe que a conferência episcopal não possui base teológica nem faz parte da estrutura indispensável da Igreja: “... a missão da conferência episcopal é ajudar o Bispo a realizar a sua função: ser Bispo diocesano. Ela não deve tomar o lugar do Bispo, tendo em vista que este é de instituição divina, enquanto a conferência episcopal não. O então Cardeal Joseph Ratzinger, em seu livro ‘A Fé em Crise?’, na página 40 diz: ‘não devemos nos esquecer que as conferências episcopais não possuem base teológica e não fazem parte da estrutura indispensável da Igreja’. (...) Assim, a suprema autoridade da Igreja é o Papa, que pode agir sozinho ou com o colégio e só ele é que pode mandar nos Bispos, não existe uma realidade intermediária entre o Papa e os Bispos [15].
O padre criou um espantalho para vencer o debate com Bernardo, que não discutiu a eclesialidade da CNBB, mas a atuação de alguns de seus representantes, como o apoio a políticos comunistas e corruptos, e parceria com organizações abortistas, o flerte com uma doutrina herética etc.
O padre também compartilhou uma postagem do Pe. Zezinho [16], que disse que Bernardo é um leigo que tem seguidores e trilha o “caminho da cisão”, desobedecendo a hierarquia da Igreja; e lembrou de “teólogos leigos influentes”, conseguindo inserir, no mesmo balaio, São Francisco de Assis e hereges como Frei Betto, Leonardo Boff e Lutero, esse último, disse, um “monge e padre que rompeu com o catolicismo e também fez política com viés conservador e burguês”, uma cartilha que também era seguida por católicos. Nervoso, questionou qual a autoridade que teria esse leigo para levantar tais questionamentos; quais movimentos católicos os direitistas anticomunistas representam; e quem transformou “a Igreja em partidos e contendas e em direita anticomunista”. E para desqualificar Bernardo, usou a velha tática de ofender por palavras que causam nojinho a esquerdistas, como “conservador”, “direitista” e “burguês”.
Seria absurdo adotar o pensamento desse viés? A Igreja Católica nunca condenou alguém por ser conservador, mas o comunismo, sim: os Papas Pio XII (Decreto contra o comunismo, de 28 de junho – 1º de julho de 1949), e João XXIII (Resposta do Santo Ofício, 25 de março – 4 de abril de 1959) [17], afirmaram que seguidores e realizadores desse projeto civilizacional demoníaco, materialista e anti-cristão, teriam excomunhão automática “ipso facto” (ou “latae sententiae”). E esse inimigo se infiltrou na Igreja Católica através da teologia da libertação, tão estimada por vários de seus membros, mesmo após ser considerada heresia. Aliás, essa teoria tem origem na antiga URSS, como muito bem explicam Pacepa e Rychlak, em “Desinformação[18].
O Pe. Zezinho não é um ignorante, e sabe que Karl Marx reconheceu a religião como uma criação burguesa alienadora, prejudicial à revolução, e que deveria ser destruída; que a teologia da libertação é uma teoria herética; e certamente já ouviu sobre a “ocupação de espaços” ensinada por Antonio Gramsci.
Inflamado, disse que não é de esquerda e está “longe de ser direitista ou ultra-tradicionalista” – curiosamente, porém, acrescentou o superlativo “ultra” ao termo “tradicionalista”, como é costume da esquerda. Ele atacou “o alho e a estaca” dos vampiros progressistas infiltrados na Igreja Católica: direitistas e tradicionalistas, mas não falou de sua compreensão fraternal para com esquerdistas (inclusive com os criminosos envolvidos na Operação Lava Jato), um tratamento que, infelizmente, não dispensou ao laico católico que denunciou ataques à doutrina e à fé cristã, realizado por quem deveria zelar por elas.
Por fim, disse (acredito eu) que direitistas e tradicionalistas só criticam “bispos e leigos que não adotam sua cartilha”; e finalizou, afirmando que, “Para eles, ou o católico é quente ou frio. Nunca morno!”.
Será que o Pe. Zezinho se considera alguém vomitável? Afinal, é o que está escrito no Livro do Apocalipse de São João 3,14-16 [19]: “Ao anjo da Igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amen (isto é, aquele que é a mesma verdade), a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que não és nem frio nem quente. Oxalá foras frio ou quente. Mas, porque és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca...”.
Pe. Zezinho também fugiu completamente do tema em discussão: perguntou que movimento banca a liderança de Bernardo, e falou em cisão, ofensa à hierarquia, direita e esquerda, ultra-tradicionalistas etc., mas não disse um “a” sobre a farta documentação apresentada, nem tratou do verdadeiro cisma causado por infiltrados na Santa Madre Igreja, os quais, agindo como a vespa-joia, obram por sua destruição de dentro para fora.
O Pe. Joãozinho fez outra postagem [20], e sem o menor pudor desviou novamente o foco do debate. Recorrendo à lição de Zygmunt Bauman, disse que a juventude líquida imersa na cultura pós-moderna, relativista e subjetivista é muito complexa e dramática”, e segue seu raciocínio, afirmando que os sociólogos convencionaram que os jovens nascidos após 1985 são carentes de uma estrutura sólida, e “enquanto uma grande parte dessa nova geração se desfaz em valores líquidos e prefere ‘aproveitar a vida’, outros aderem a ideias solidamente conservadoras e procuram retornar a culturas religiosas, políticas e sociais que pareciam sepultadas na pré-modernidade”. Ao procurarem desesperadamente “alguma referência sólida”, tornam-se presas fáceis daquele que possui “um discurso claro, profundo, estudado, bem articulado e bem comunicado”, e, assim, “Seguem como um enxame ideólogos experientes e de ideias claras e distintas, bem alinhadas ao que lhes parece ser a direita de qualquer coisa”. Para tanto, a Internet funciona como um facilitador, pelo qual pessoas boas e ruins têm acesso a essa geração perdida, de “jovens líquidos”. Por essa razão, caberia às pessoas a quem ele chamou de “nós” (mas não identificou), dedicarem-se aos estudos, a fim de apresentar referências sólidas para a juventude, já que “um discurso aguado, cheio de imprecisões e carente de estudo” não despertará seu interesse, contribuindo para que os jovens continuem sendo seduzidos pelos “fundamentalistas de plantão”. Um exemplo disso seria “o poder de cooptação do Estado Islâmico”.
Ele, convenientemente, não alongou seu discurso para falar das décadas em que parte do Clero e professores, na Igreja Católica, nas escolas e nas faculdades, abusaram da audiência cativa e de sua autoridade, para manipular jovens e adultos, lançando-os no limbo do comunismo, regime que matou milhões de inocentes e que, assustadoramente, ainda é considerado, e reverberado, em manifestações e reflexões eivadas de uma temperança fingida. Basta ver o estrago que a teologia da libertação continua causando à Igreja, apesar de condenada como heresia pelo Santo Papa João Paulo II e pelo Papa Bento XVI, além de sua intrínseca ligação com o comunismo, motivo de excomunhão.
Onde estava o discurso incisivo enquanto isso tudo acontecia, e a base da Igreja, inflamada por um discurso revolucionário contrário à Sã Doutrina Católica, ajudava a formar o partido político mais corrupto do país? Cadê a postura rígida contra os que ainda insistem em levantar bandeiras para defender criminosos de estimação, usando a estrutura da Igreja e sua plateia cativa?
Não espanta que os católicos conheçam Zygmunt Bauman, um comunista, mas é estranho que recorram a ele para contestar alguém que acusa e prova a realização de pautas marxistas no seio da Igreja Católica. Afinal, a modernidade líquida é efeito causado pelas políticas defendidas por Bauman, delineadas pelo marxismo cultural, e seu discurso divisionista, iracundo e utópico, em especial voltado para o famigerado capitalismo e o consumismo por ele gerado.
Acontece que a fragilidade da personalidade dos jovens é o resultado de investimentos na imbecilização do ser humano, com o aval de muitos políticos, educadores e “experts”, que se calaram enquanto as sucessivas gerações eram vitimadas por uma teoria educacional romântica que “empobreceu milhões de vidas[21]. Ora, a compulsoriedade da frequência e da aprovação nas escolas, incentivada por picaretas como Paulo Freire, afetou a alfabetização das crianças e jovens, da mesma forma que: o imperativo da laicidade estatal, com o objetivo de eliminar a religião; o investimento na destruição da família; o convencimento da importância do Estado-babá, que a cada dia se intromete mais na vida da população; a manipulação da história e a divisão da sociedade em vários grupos e tribos, a fim de causar o caos. Todas, pautas do marxismo cultural.
Muitos dos jovens líquidos que devem ser resgatados, em verdade, estão na Pastoral da Juventude, defendendo o aborto, a ideologia de gênero, a união homossexual; andam vestidos com roupas de estampas de criminosos tão letais e covardes quanto os terroristas, e de partidos que remetem a regimes genocidas. Esses jovens são cooptados por pessoas de fala mansa, mas com caráter similar ao de jihadistas. São líquidos também os jovens mimados que aprendem que “o importante é ser feliz” e que não admitem ser contrariados em seus desejos; e se porventura for necessário, lutam para que tudo mude a sua volta e se adapte a eles – inclusive a doutrina de uma religião de mais de vinte séculos de existência. É daí que vem a “juventude líquida”. Isso está na homilia ou nas postagens do Facebook?
Um golpe muito baixo, foi a versão clérigo-esquerdista do “reductio ad hitlerum”, algo como um “reductio ad bin ladenum”, sugerindo sutilmente uma analogia entre o discurso de cooptação de soldados terroristas pelo Estado Islâmico, e os argumentos do leigo católico que questiona e denuncia, fundamentadamente, nas redes sociais, atitudes indevidas de membros da Igreja Católica. É extremamente desonesto, e um pecado grave.
Monsenhor Luiz Claudio Sanahuja advertiu que: MAIS PERIGOSOS PARA A INTEGRIDADE DA FÉ do que os que abertamente deixaram a Igreja, como Leonardo Boff ou o grupo de apóstatas Católicas pelo Direito de Decidir, são aqueles clérigos e leigos que cultivam a ambiguidade na maneira de formular a doutrina. São aqueles que evitam referir-se ao claro ensinamento do Magistério como se não existisse para eles, reduzindo a doutrina cristã a uma mensagem de solidariedade ou de crítica social [22].
É o que ocorre todo ano, através da Campanha da Fraternidade. Não se fala do Magistério, mas da “mãe natureza” (gaya, uma deusa pagã), de saneamento básico, da paz, da justiça etc. E como a doutrina herética da teologia da libertação estabeleceu raízes profundas no Brasil, é comum ver vários membros do Clero Católico envolvidos em eventos que afrontam a Sã doutrina, como a palestra em que o membro do MST pregou a luta armada e a Semana LGBT realizadas dentro de um espaço católico; um Bispo reverberando o discurso de políticos corruptos, dizendo que a CNBB não apoia o “golpe” contra Dilma Roussef [23]; a celebração de Missas com bandeiras de partidos que promovem a cultura da morte; o apoio a políticos que defendem a agenda comunista; a permissão de ritual budista dentro de Igrejas; o endosso a discursos de hereges comunistas; a permissão para cantar pontos de macumba e adequar texto bíblico à ideologia marxista; a celebração da Santa Missa com total descaso no trato com o dogma da transubstanciação etc.
Não bastasse tudo isso, houve o silêncio constrangedor da CNBB durante os anos de governo petista – partido que, segundo seu grande líder, nasceu com apoio da Igreja Católica, e depois de muito corromper, e espalhar a discórdia entre seu povo, deixou o Brasil uma terra arrasada nas instâncias religiosa, política, cultural, econômica, social, moral e intelectual.
É bem possível que algumas pessoas pensem mesmo que conseguirão enganar a todos por todo o tempo, fingindo-se de cegos e surdos para evitar o debate, no lugar de confrontar diretamente os fatos reais, e repetindo incansavelmente que aquele que ousou apontar (com provas) erros e heresias praticados por (ou com a autorização de) autoridades eclesiais enfrenta a hierarquia, promove o “retrocesso”, ou provoca um cisma na Igreja Católica.
Isso não é novo. Atribui-se a Paul Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, a seguinte frase: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade”. Mas há um detalhe maior que tudo isso: a Igreja de Cristo prevalecerá, e não se dobrará a pensamentos eivados do mal.

NOTAS

[1] KÜSTER, Bernardo Pires. PT e a Igreja – A “nova” estratégia da esquerda. Youtube, 26/01/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5-hnf-Z9vD8; KÜSTER, Bernardo Pires. Novas evidências e análise do PT na Igreja. Youtube, 30/01/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=qndau1if6CY; KÜSTER, Bernardo Pires. Dossiê Frei Betto – O “Papa” das CEBs. Youtube, 01/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=J5afKQlhI2Y&t=8s; KÜSTER, Bernardo Pires. Fui injusto quanto ao PT na Igreja. Youtube, 05/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4xlAcVQfEvQ&t=143s; KÜSTER, Bernardo Pires. CNBB – O que deveria ser a Campanha da Fraternidade 2018. Youtube, 15/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=k2_Jc-BOrg0; KÜSTER, Bernardo Pires. CNBB no banco dos réus: grana, poder e heresia. Youtube, 23/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4xlAcVQfEvQ&t=143s;

2 Macedo, Daniela Gonzalez. DENÚNCIA GRAVE – Coleta da Campanha da Fraternidade financiou MST e ONGS abortistas! Paraclitus, 19/02/2018. Disponível em https://www.paraclitus.com.br/atualidades/denuncia-grave-coleta-da-campanha-da-fraternidade-financiou-mst-e-ongs-abortistas;
3 Tema: Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”; e lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14);

4 CNBB comunista, não representa os católicos! Youtube, 25/01/2016. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=R_2HAOI3WWs&t=57s;

5 A CNBB não representa a igreja católica. Youtube, 02/05/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=S00rk-PU9CY;
6 QUIXABEIRA, Larissa. Arquidiocese apoia reitor e sugere que jovem que pediu sua demissão se auto-excomungou. Jornal Opção, 25/03/2016. Disponível em https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/arquidiocese-apoia-reitor-e-sugere-que-jovem-que-pediu-sua-demissao-se-auto-excomungou-62148/;
7 A fonte é a Biografia do Frei Betto. KÜSTER, Bernardo Pires. Perguntar não ofende. Ou ofende? Facebook, 14/03/2018. Disponível em https://www.facebook.com/bernardopkuster/posts/10156327275713395;
8 Scruton identificou o desejo de calar o opositor como um comportamento comum da “Nova Esquerda”:Tampouco poderíamos dissociar a Nova Esquerda da atitude que o comunismo toma diante de seus oponentes. Os escritos de Bahro, Gramsci, Lukács e Althusser mostram abundantemente que o pensamento totalitário está implícito nas categorias da análise social que eles empregam. Para tais pensadores, o oponente nunca é algo mais que um oportunista. O que ele fala não é racional, mas pura ‘ideologia’ (no sentido peculiar marxista do temo). Seu clamor pela verdade é automaticamente tomado pelo interesse de classe que se expressa através dele. E porque ele é oposto às ideias ‘socialistas’ do proletariado’... ele fala somente pela ‘burguesia’. (...) Sempre que se encontra oposição, encontra-se o inimigo de classe... Não se deve argumentar com este inimigo, pois ele não pode alcançar a verdade... Somente depois de sua eliminação definitiva da ordem social a verdade será percebida por todos. (...) A incapacidade de discutir com oponentes, de abrir a mente para a dúvida e para a hesitação é uma característica enraizada na Nova Esquerda. Todas as discussões são travadas com aqueles que partilham as mesmas ilusões fundamentais...” (SCRUTON, Roger. Pensadores da Nova Esquerda. São Paulo: É Realizações, 2014, págs. 306/308);
9 Esse foi o expediente utilizado por  Leandro Karnal no programa Roda Viva: após criticar o projeto “Escola sem Partido”, disse que aceitaria algo que estabelecesse a pluralidade de informações, exatamente como previsto no projeto;
10 CNBB. Presidente da CNBB lamenta agressividade crescente “compartilhada e alimentada por muitos católicos nas redes sociais”. Site da CNBB, 26/02/2018. Disponível em http://cnbb.net.br/presidente-da-cnbb-lamenta-agressividade-crescente-compartilhada-e-alimentada-por-muitos-catolicos-nas-redes-sociais/;

11 CNBB. Nota de Esclarecimento. Site da CNBB, 21/02/2018. Disponível em http://cnbb.net.br/nota-de-esclarecimento-sobre-a-utilizacao-de-recursos-do-fundo-nacional-de-solidariedade-fns/;

12 Dentre muitos: Pe. José Eduardo. Relação entre a ideologia de gênero e o aborto. Youtube, 23/10/2016. Parte ½. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=1kynXbe8nSM; e Parte 2/2. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=bWJblQAo1os&t=5872s;
13  Pe. Joãozinho. Seguidores ou perseguidores? Facebook, 24/02/2018. Disponível em https://www.facebook.com/PadreJoaozinhoscj/posts/1271786702922876;
15 Pe. Paulo Ricardo. Para que existem as conferências episcopais? Blog pessoal, 07/01/2013. Disponível em https://padrepauloricardo.org/episodios/para-que-existem-as-conferencias-episcopais;
16 Pe. Zezinho. Discordância, discórdia e confrontação!!! Perfil do Pe. Joãozinho no Facebook, 25/02/2018. Disponível em https://www.facebook.com/PadreJoaozinhoscj/posts/1272900172811529;
17 DENZINGER, Heinrich. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. 2. ed.  rev. e ampl. São Paulo: Paulinas: Ed. Loyola, 2013, págs. 850 e 875;
18 Pacepa foi general na Romênia comunista, e exerceu o maior posto da polícia secreta de seu país. Disse ele: “Nos anos 1950 e 1960, a maioria dos latino-americanos era pobre, camponeses religiosos que aceitavam o status quo, e Khrushchev estava confiante de que poderiam ser convertidos ao marxismo através de uma manipulação hábil da religião. Em 1968, a KGB conseguiu manobrar um grupo de bispos esquerdistas latino-americanos, fazendo-os sediar uma conferência em Medellín, na Colômbia... O propósito oficial da conferência era ajudar a eliminar a pobreza da América Latina. Sua meta não declarada era legitimar um movimento político criado pela KGB e apelidada de ‘teologia da libertação’, cuja missão secreta era incitar os pobres latino-americanos contra a ‘violência institucionalizada da pobreza’ gerada pelos Estados Unidos.
A KGB tinha uma queda por movimento de ‘libertação’. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), o Exército de Libertação Nacional da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional da Bolívia são só uns poucos dos movimentos de ‘libertação’ nascidos na KGB. A Conferência de Medellín efetivamente endossou a teologia da libertação, e os delegados a recomendaram para o Conselho Mundial de Igrejas (WCC), a fim de obter aprovação oficial.
(...) Em 1985, O Conselho Mundial de Igrejas controlado pela KGB elegeu seu primeiro secretário geral, que era um marxista confesso: Emilio Castro... Castro promoveu intensamente a teologia da libertação criada pela KGB, que hoje finca raízes firmes na Venezuela, Bolívia, Honduras e Nicarágua. Nesses países, os camponeses apoiaram os esforços dos ditadores marxistas Hugo Chávez, Evo Morales, Manuel Zelaya (agora exilado na Costa Rica) e Daniel Ortega para transformarem os seus países em ditaduras de Estado policial, ao estilo da KGB”. (PACepA, Ion Mihai Pacepa e RYCHLAK, Ronald J. Desinformação. Campinas: Vide Editorial, 2015, págs. 151/153);
19 Pe. Matos Soares. Bíblia Sagrada – Novo Testamento. Apocalipse de São João, Capítulo 3, Versículos de 14 a 16. Porto: Tip Sociedade de Papelaria, Lda. 1956, p. 467;
21 DALRYMPLE, Theodore. Podres de mimados. São Paulo: É Realizações, 2015, p. 22;
22 Sanahuja, Juan Claudio. Poder global e religião universal. Campinas: Ecclesiae, 2012, p. 95;
23 Bispo de Crateús diz que CNBB não apoia golpe no Brasil. Youtube, 20/03/2016. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Qu1td3qFo_g.



Fernando César Borges Peixoto
Advogado, pós-graduado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista.