Alguns
fatos estranhos aos princípios da Igreja Católica, com a participação de autoridades
eclesiais e fiéis, levaram Bernardo Küster, um leigo, cansado como seus irmãos católicos que
percebem a degradação causada na religião por gente de dentro, resolveu fazer denúncias postando vídeos
nas redes sociais [1].
Ele tratou dos seguintes temas:
. Absurdos no Encontro
Nacional das Comunidades Eclesiais de Base de 2018, como cantar ponto de
macumba, incluir fotos de Dilma e Lula na Via Sacra e adulterar o Evangelho na
Missa, e outras ações do Bispo de Londrina (onde houve o Encontro), como render
homenagens a Frei Betto e chancelar seu discurso, e autorizar a realização de
uma “Semana LGBT” na PUC;
. Discurso de um Bispo contra
o direito a ter uma arma para defesa pessoal;
. Cáritas, organismo
da CNBB, recebe dinheiro da Fundação Ford, conhecida por defender políticas
pró-aborto na América Latina;
. Documentos da CNBB com
conteúdo ofensivo à Sã Doutrina;
. Relação muito próxima entre
comunistas e gente ligada à CNBB, e permissividade com a divulgação do marxismo
cultural; e
. Incongruências da Campanha
da Fraternidade de 2018.
Bernardo
ainda divulgou um artigo sobre a doação de parte do valor arrecadado na
Campanha da Fraternidade de 2017, a projeto administrado por instituições que
apoiam pautas ofensivas ao cristianismo
[2], e revelou (para
espanto de muitos) que não é a CNBB que representa
Roma no Brasil, mas a Nunciatura Apostólica. Há outras denúncias.
No
Ano do Laicato [3],
quando, teoricamente, a voz do leigo seria amplificada, as denúncias tiveram
grande repercussão. Só que “o combinado” não era denunciar aqueles que promovem
a destruição da Igreja de Cristo por dentro... Então, apesar de muita gente vir
prestando apoio a Bernardo, ele sofreu ataques de membros do Clero, e de muitos
leigos também. Ao mesmo tempo, há os que dizem preferir obrar pela manutenção
da unidade da Igreja, enquanto outros olham para o lado, sem querer tomar
conhecimento dos fatos.
Membros
do Clero, como o Arcebispo de Brasília, que preside a CNBB, e alguns padres,
como Zezinho e Joãozinho, insatisfeitos, resolveram, no melhor estilo
desinformador, atacar e calar o mensageiro através de textos evasivos, sem contestar
especificamente argumentos e, principalmente, provas apresentadas. Mais amenos,
o Bispo Fernando Rifan e o Pe. Paulo Ricardo tentaram contemporizar, pedindo aos
leigos que orassem, aproveitando a Quaresma, e ficassem quietos, aguardando a manifestação
da CNBB.
Vale
lembrar que denúncias já foram feitas anteriormente, mas não se conhece qualquer
medida tomada para frear a “grande marcha”. No Congresso “Conversas de Justiça
e Paz: diálogos e reflexão”, fiéis confrontaram representantes da CNBB, pedindo
a tomada de atitude contra os desmandos do governo petista e providências
contra as relações estreitas entre comunistas e membros da Igreja Católica [4]. O jovem Marco Rossi
expôs o encontro realizado na PUC de Goiás, com a presença de um representante
da CNBB, onde um membro do MST teria pregado a luta armada [5]. O rapaz, parece, foi excomungado [6]. Por fim, Bernardo
informou que há 40 anos, o Bispo de Diamantina, Minas Gerais, manifestou sua
preocupação com o aparelhamento das CEBs por comunistas [7]. O que foi feito desde então? Há que se esperar
ainda mais?
De volta aos vídeos,
os ofendidos preferiram usar o “argumentum ad hominen”, a apresentar sua versão dos fatos ou provas
contrárias, dando a impressão de que são militantes,
ou não assistiram aos vídeos, e se comportam como gado. Em algumas respostas é possível
identificar a estratégia comumente usada por marxistas: não sendo possível
calar o opositor [8], a saída é manipular a plateia para vencer o debate, não
enfrentando o tema discutido quando estiver em desvantagem, e levando a
discussão para uma zona de conforto, inserindo assuntos paralelos ou totalmente
estranhos ao contexto. E não falta aquela eventual tomada do discurso do
adversário, tratando-o como se fosse seu [9].
O
Presidente da CNBB e Arcebispo de Brasília, Cardeal Sérgio da Rocha [10], em comunicado, lamentou
“que muitos católicos têm compartilhado e
alimentado agressividade nas redes sociais” e advertiu que “É pecado grave usar o nome de Deus ou
qualquer religião para praticar ou justificar a violência”. Também disse que
a Quaresma é tempo de conversão e que a Campanha da Fraternidade de 2018 “pretende contribuir para superar a violência
e promover a paz”, daí a necessária contribuição para “construir a fraternidade e
paz nos ambientes em que vive”. Ele pediu aos fiéis que não compartilhem “conteúdos
ofensivos e desrespeitosos”, não participem “de grupos de WhatsApp ou de outras redes sociais que disseminam
fofocas, fazem linchamento moral e críticas destrutivas, atingindo até mesmo a
Igreja”, e, por fim, afirmou: “Quem
escuta a voz de Jesus testemunha a sua palavra ‘Vós sois todos irmãos’, jamais
tratando o outro que pensa diferente como um inimigo a ser combatido, mas como
um irmão a ser amando, se necessário com a correção fraterna e o perdão”.
É possível verificar o ataque
à pessoa de quem provou fartamente suas denúncias, por trás de um discurso
manso e pacífico. Andemos.
Já sobre a denúncia do depósito de dinheiro
na conta da Associação
Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), a CNBB esclareceu em
nota que “não financiou projeto algum de
‘ONGs abortistas’ nem de ‘grupos terroristas’ com recursos do Fundo Nacional de
Solidariedade (FNS), constituído pela coleta da Campanha da Fraternidade-2017”,
mas destinou dinheiro ao “V Encontro dos Signatários da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para
as Organizações da Sociedade Civil”. Como a plataforma não possui CNPJ, o
dinheiro foi entregue a um dos membros da Secretaria Executiva [11].
A nota, em verdade, confirmou a denúncia:
o dinheiro foi depositado na conta de uma associação que promove o aborto, a
liberdade sexual e o casamento homossexual, ainda que com a finalidade de repassá-lo
à Fundação Esquel, para promover a tal plataforma.
E isso pode constituir violação às diretrizes de doação de dinheiro estabelecidas
pela própria CNBB. Ainda tem mais: o MST, organização que invade propriedades
alheias usando táticas terroristas, também faz parte da Secretaria Executiva da
plataforma. Enfim, os
gestores do projeto, que administraram o dinheiro dos católicos, são exatamente
aquelas organizações apontadas, ligadas a práticas condenadas pela Igreja.
A
CNBB não comentou nem contra-argumentou as demais denúncias, inclusive silenciou
sobre os textos da Via Sacra com apologia à ideologia de gênero, o que confronta
a doutrina católica, como bem explica o Pe. José Eduardo em vários vídeos
disponíveis na internet [12].
O
Pe. Joãozinho, no Facebook, classificou a “série de ataques orquestrados
à Igreja Católica”
como “fogo amigo”, vindo de “pessoas que se julgam mais católicas que o
papa e gostariam que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil deixasse de
existir”, e afirmou que o vídeo foi “maldosamente
editado”, pois, “No meio de um copo
de críticas relevantes”, foram inseridas “algumas inverdades... como se fosse uma gota de veneno” [13].
Bernardo, então,
pediu
para o padre apontar o erro e o veneno,
e perguntou: “O senhor acha mesmo que haveria outro
modo de comover uma cúpula de bispos, alinhada com o PT, a parar de fazer isso?
A coisa está surtindo efeito porque não há mais como esconder. Quando a CNBB
fere gravemente a Igreja PUBLICAMENTE com o PT, desobedecendo PUBLICAMENTE o
Catecismo, politizando PUBLICAMENTE a Igreja, o senhor, padre, acha que a
resposta tem de ser uma reuniãozinha privada? O que aconteceu com a boa
tradição católica das disputatios medievais, acompanhadas pelo povo?”.
O Pe. Joãozinho, que abandonou o tema das
denúncias na postagem inicial, também o fez na resposta, que foi destacada em novo
post [14]:
“... Acredito que tocamos no foco da questão: a eclesialidade
da CNBB, ou mesmo das conferências episcopais... Sabemos quem é o responsável por
promover a dispersão e a divisão. Lutamos contra estas forças diabólicas todos
os dias. O marxismo cultural está no sotaque agressivo e cínico de muitos
críticos ácidos da Igreja e acaba conseguindo alguns adeptos para sua ‘cruzada
separacionista’”.
Ele
encerrou usando o velho “conselho vá estudar”, sugerindo a leitura de um artigo
do Pe. Paulo Ricardo, um tradicionalista; e ainda tentou colar a pecha de
divulgador do marxismo cultural exatamente em quem critica a prática de...
marxismo cultural na Igreja Católica.
Curiosamente,
o texto do Pe. Paulo Ricardo, não o ajuda, pois dispõe que a conferência
episcopal não possui base teológica nem faz parte da estrutura indispensável da
Igreja: “... a missão da conferência
episcopal é ajudar o Bispo a realizar a sua função: ser Bispo diocesano. Ela
não deve tomar o lugar do Bispo, tendo em vista que este é de instituição
divina, enquanto a conferência episcopal não. O então Cardeal Joseph Ratzinger,
em seu livro ‘A Fé em Crise?’, na página 40 diz: ‘não devemos nos esquecer que
as conferências episcopais não possuem base teológica e não fazem parte da
estrutura indispensável da Igreja’. (...) Assim, a suprema autoridade da Igreja
é o Papa, que pode agir sozinho ou com o colégio e só ele é que pode mandar nos
Bispos, não existe uma realidade intermediária entre o Papa e os Bispos” [15].
O
padre criou um espantalho para vencer o debate com Bernardo, que não discutiu a
eclesialidade da CNBB, mas a atuação de alguns de seus representantes, como o
apoio a políticos comunistas e corruptos, e parceria com organizações
abortistas, o flerte com uma doutrina herética etc.
O
padre também compartilhou
uma postagem do Pe. Zezinho [16],
que disse que Bernardo é um leigo que tem seguidores e trilha o “caminho da cisão”, desobedecendo a
hierarquia da Igreja; e lembrou de “teólogos
leigos influentes”, conseguindo inserir, no mesmo balaio, São Francisco de
Assis e hereges como Frei Betto, Leonardo Boff e Lutero, esse último, disse, um
“monge e padre que rompeu com o
catolicismo e também fez política com viés conservador e burguês”, uma
cartilha que também era seguida por católicos. Nervoso, questionou qual a
autoridade que teria esse leigo para levantar tais questionamentos; quais
movimentos católicos os direitistas anticomunistas representam; e quem transformou
“a Igreja em partidos e contendas e em
direita anticomunista”. E para desqualificar Bernardo, usou a velha tática
de ofender por palavras que causam nojinho a esquerdistas, como “conservador”,
“direitista” e “burguês”.
Seria
absurdo adotar o pensamento desse viés? A Igreja Católica nunca condenou alguém
por ser conservador, mas o comunismo, sim: os Papas Pio XII (Decreto contra o comunismo, de 28 de junho – 1º de julho de 1949), e João XXIII (Resposta do
Santo Ofício, 25 de março – 4 de
abril de 1959) [17], afirmaram que
seguidores e realizadores desse projeto civilizacional demoníaco, materialista
e anti-cristão, teriam excomunhão automática
“ipso facto” (ou “latae sententiae”).
E esse inimigo
se infiltrou na Igreja Católica através da teologia da libertação, tão estimada
por vários de seus membros, mesmo após ser considerada heresia. Aliás, essa teoria
tem origem na antiga URSS, como muito bem explicam Pacepa e Rychlak, em “Desinformação” [18].
O Pe. Zezinho não é
um ignorante, e sabe que Karl Marx reconheceu a religião como uma criação
burguesa alienadora, prejudicial à revolução, e que deveria ser destruída; que
a teologia da libertação é uma teoria herética; e certamente já ouviu sobre a
“ocupação de espaços” ensinada por Antonio Gramsci.
Inflamado, disse que
não é de esquerda e está “longe de ser
direitista ou ultra-tradicionalista” – curiosamente, porém, acrescentou o
superlativo “ultra” ao termo “tradicionalista”, como é costume da esquerda. Ele
atacou “o alho e a estaca” dos vampiros progressistas infiltrados na Igreja
Católica: direitistas e tradicionalistas, mas não falou de sua compreensão
fraternal para com esquerdistas (inclusive com os criminosos envolvidos na
Operação Lava Jato), um tratamento que, infelizmente, não dispensou ao laico
católico que denunciou ataques à doutrina e à fé cristã, realizado por quem
deveria zelar por elas.
Por
fim, disse (acredito eu) que direitistas e tradicionalistas só criticam “bispos e leigos que não adotam sua cartilha”;
e finalizou, afirmando que, “Para eles,
ou o católico é quente ou frio. Nunca morno!”.
Será
que o Pe. Zezinho se considera alguém vomitável? Afinal, é o que está escrito no
Livro do Apocalipse de São João 3,14-16 [19]:
“Ao
anjo da Igreja de Laodiceia escreve: ‘Isto diz o Amen (isto é, aquele que é a mesma verdade), a
testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas
obras, que não és nem frio nem quente. Oxalá foras frio ou quente. Mas, porque és
morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca...’”.
Pe. Zezinho também fugiu
completamente do tema em discussão: perguntou que movimento banca a liderança de Bernardo, e falou em cisão, ofensa à hierarquia, direita e
esquerda, ultra-tradicionalistas etc., mas não disse um “a” sobre a farta
documentação apresentada, nem tratou do verdadeiro
cisma causado por infiltrados na Santa Madre Igreja,
os quais, agindo como a vespa-joia, obram por sua destruição de dentro para
fora.
O Pe. Joãozinho fez outra postagem [20], e sem o menor pudor desviou novamente o foco do debate. Recorrendo
à lição de Zygmunt
Bauman, disse que a juventude líquida “imersa na cultura
pós-moderna, relativista e subjetivista é muito complexa e dramática”, e segue seu
raciocínio, afirmando que os sociólogos convencionaram que os jovens nascidos
após 1985 são carentes de uma estrutura sólida, e “enquanto uma grande parte dessa nova geração se desfaz em valores
líquidos e prefere ‘aproveitar a vida’, outros aderem a ideias solidamente
conservadoras e procuram retornar a culturas religiosas, políticas e sociais
que pareciam sepultadas na pré-modernidade”. Ao procurarem desesperadamente
“alguma referência sólida”, tornam-se
presas fáceis daquele que possui “um
discurso claro, profundo, estudado, bem articulado e bem comunicado”, e, assim,
“Seguem como um enxame ideólogos
experientes e de ideias claras e distintas, bem alinhadas ao que lhes parece
ser a direita de qualquer coisa”. Para tanto, a Internet funciona como
um facilitador, pelo qual pessoas boas e ruins têm acesso a essa geração
perdida, de “jovens líquidos”. Por
essa razão, caberia às pessoas a quem ele chamou de “nós” (mas não identificou),
dedicarem-se aos estudos, a fim de apresentar referências sólidas para a juventude,
já que “um discurso aguado, cheio de
imprecisões e carente de estudo” não despertará seu interesse, contribuindo
para que os jovens continuem sendo seduzidos pelos “fundamentalistas de plantão”. Um exemplo disso seria “o poder de cooptação do Estado Islâmico”.
Ele,
convenientemente, não alongou seu discurso para falar das décadas em que parte
do Clero e professores, na Igreja Católica, nas escolas e nas faculdades,
abusaram da audiência cativa e de sua autoridade, para manipular jovens e
adultos, lançando-os no limbo do comunismo, regime
que matou milhões de inocentes e que, assustadoramente, ainda é considerado, e
reverberado, em manifestações e reflexões eivadas de uma temperança fingida. Basta ver o estrago
que a teologia da libertação continua causando à Igreja, apesar de condenada
como heresia pelo Santo Papa João Paulo II e pelo Papa Bento XVI, além de sua
intrínseca ligação com o comunismo, motivo de excomunhão.
Onde estava o discurso incisivo
enquanto isso tudo acontecia, e a base da Igreja, inflamada por um discurso
revolucionário contrário à Sã Doutrina Católica, ajudava a formar o partido
político mais corrupto do país? Cadê a postura rígida contra os que ainda
insistem em levantar bandeiras para defender criminosos de estimação, usando a
estrutura da Igreja e sua plateia cativa?
Não
espanta que os católicos conheçam Zygmunt
Bauman, um comunista, mas é
estranho que recorram a ele para contestar alguém que acusa e prova a realização
de pautas marxistas no seio da Igreja Católica.
Afinal, a modernidade líquida é efeito causado pelas políticas defendidas por
Bauman, delineadas pelo marxismo cultural, e seu discurso
divisionista, iracundo e utópico, em especial voltado para o famigerado
capitalismo e o consumismo por ele gerado.
Acontece que a fragilidade da
personalidade dos jovens é o resultado de investimentos na imbecilização do ser
humano, com o aval de muitos políticos, educadores e “experts”, que se calaram
enquanto as sucessivas gerações eram vitimadas por uma teoria educacional
romântica que “empobreceu milhões de
vidas” [21]. Ora, a
compulsoriedade da frequência e da aprovação nas escolas, incentivada por picaretas
como Paulo Freire, afetou a alfabetização das crianças e jovens, da mesma forma
que: o imperativo da laicidade estatal, com o objetivo de eliminar a religião; o
investimento na destruição da família; o convencimento da importância do Estado-babá,
que a cada dia se intromete mais na vida da população; a manipulação da
história e a divisão da sociedade em vários grupos e tribos, a fim de causar o
caos. Todas, pautas do marxismo cultural.
Muitos
dos jovens líquidos que devem ser resgatados,
em verdade, estão na Pastoral da Juventude, defendendo o aborto, a ideologia de
gênero, a união homossexual; andam vestidos com roupas de estampas de
criminosos tão letais e covardes quanto os terroristas, e de partidos que
remetem a regimes genocidas. Esses jovens são cooptados por pessoas de fala
mansa, mas com caráter similar ao de jihadistas. São líquidos também os jovens
mimados que aprendem que “o importante é ser feliz” e que não admitem ser
contrariados em seus desejos; e se porventura for necessário, lutam para que
tudo mude a sua volta e se adapte a eles – inclusive a doutrina de uma religião
de mais de vinte séculos de existência. É daí que vem a “juventude líquida”.
Isso está na homilia ou nas postagens do Facebook?
Um golpe muito baixo, foi a versão
clérigo-esquerdista do “reductio ad hitlerum”, algo como um “reductio ad bin
ladenum”, sugerindo sutilmente uma analogia entre o discurso de cooptação de soldados
terroristas pelo Estado Islâmico, e os
argumentos do leigo católico que questiona e denuncia, fundamentadamente, nas
redes sociais, atitudes indevidas de membros da Igreja Católica. É extremamente
desonesto, e um pecado grave.
Monsenhor Luiz Claudio
Sanahuja advertiu que: “MAIS
PERIGOSOS PARA A INTEGRIDADE DA FÉ do que os que abertamente deixaram a Igreja,
como Leonardo Boff ou o grupo de apóstatas Católicas pelo Direito de Decidir, são
aqueles clérigos e leigos que cultivam a ambiguidade na maneira de formular a
doutrina. São aqueles que evitam referir-se ao claro ensinamento do Magistério
como se não existisse para eles, reduzindo a doutrina cristã a uma mensagem de
solidariedade ou de crítica social” [22].
É o que ocorre todo ano, através da
Campanha da Fraternidade. Não se fala do Magistério, mas da “mãe natureza”
(gaya, uma deusa pagã), de saneamento básico, da paz, da justiça etc. E como a doutrina
herética da teologia da libertação estabeleceu raízes profundas no Brasil, é
comum ver vários membros do Clero Católico envolvidos em eventos que afrontam a
Sã doutrina, como a palestra em que o membro do MST pregou a luta armada e a
Semana LGBT realizadas dentro de um espaço católico; um Bispo reverberando o
discurso de políticos corruptos, dizendo que a CNBB não apoia o “golpe” contra
Dilma Roussef [23]; a celebração
de Missas com bandeiras de partidos que promovem a cultura da morte; o apoio a
políticos que defendem a agenda comunista; a permissão de ritual budista dentro
de Igrejas; o endosso a discursos de hereges comunistas; a permissão para
cantar pontos de macumba e adequar texto bíblico à ideologia marxista; a celebração
da Santa Missa com total descaso no trato com o dogma da transubstanciação etc.
Não
bastasse tudo isso, houve o silêncio constrangedor da CNBB durante os anos de
governo petista – partido que, segundo seu grande líder, nasceu com apoio da Igreja
Católica, e depois de muito corromper, e espalhar a discórdia entre seu povo,
deixou o Brasil uma terra arrasada nas instâncias religiosa, política,
cultural, econômica, social, moral e intelectual.
É
bem possível que algumas pessoas pensem mesmo que conseguirão enganar a todos
por todo o tempo, fingindo-se de cegos e surdos para evitar o debate, no lugar
de confrontar diretamente os fatos reais, e repetindo incansavelmente que aquele
que ousou apontar (com provas) erros e heresias praticados por (ou com a
autorização de) autoridades eclesiais enfrenta a hierarquia, promove o
“retrocesso”, ou provoca um cisma na Igreja Católica.
Isso
não é novo. Atribui-se a Paul Joseph Goebbels, ministro da
Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, a seguinte frase: “Uma mentira
repetida mil vezes torna-se uma verdade”. Mas há um detalhe maior que tudo
isso: a Igreja de Cristo prevalecerá, e não se dobrará a pensamentos eivados do
mal.
NOTAS
KÜSTER, Bernardo Pires. PT e a Igreja – A “nova” estratégia da esquerda. Youtube,
26/01/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5-hnf-Z9vD8;
KÜSTER, Bernardo Pires. Novas evidências
e análise do PT na Igreja. Youtube, 30/01/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=qndau1if6CY; KÜSTER,
Bernardo Pires. Dossiê Frei Betto – O
“Papa” das CEBs. Youtube, 01/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=J5afKQlhI2Y&t=8s; KÜSTER,
Bernardo Pires. Fui injusto quanto ao PT
na Igreja. Youtube, 05/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4xlAcVQfEvQ&t=143s; KÜSTER, Bernardo Pires. CNBB – O que deveria ser a Campanha da Fraternidade 2018. Youtube,
15/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=k2_Jc-BOrg0; KÜSTER, Bernardo Pires. CNBB no banco dos réus: grana, poder e heresia. Youtube,
23/02/2018. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4xlAcVQfEvQ&t=143s;
Pacepa foi general na Romênia comunista, e exerceu o maior posto
da polícia secreta de seu país. Disse ele: “Nos
anos 1950 e 1960, a maioria dos latino-americanos era pobre, camponeses
religiosos que aceitavam o status quo, e Khrushchev estava confiante de que poderiam
ser convertidos ao marxismo através de uma manipulação hábil da religião. Em
1968, a KGB conseguiu manobrar um grupo de bispos esquerdistas
latino-americanos, fazendo-os sediar uma conferência em Medellín, na Colômbia...
O propósito oficial da conferência era ajudar a eliminar a pobreza da América
Latina. Sua meta não declarada era legitimar um movimento político criado pela
KGB e apelidada de ‘teologia da libertação’, cuja missão secreta era incitar os
pobres latino-americanos contra a ‘violência institucionalizada da pobreza’
gerada pelos Estados Unidos.
A KGB tinha uma
queda por movimento de ‘libertação’. A Organização para a Libertação da
Palestina (OLP), o Exército de Libertação Nacional da Colômbia (FARC) e o
Exército de Libertação Nacional da Bolívia são só uns poucos dos movimentos de
‘libertação’ nascidos na KGB. A Conferência de Medellín efetivamente endossou a
teologia da libertação, e os delegados a recomendaram para o Conselho Mundial
de Igrejas (WCC), a fim de obter aprovação oficial.
(...) Em 1985,
O Conselho Mundial de Igrejas controlado pela KGB elegeu seu primeiro secretário
geral, que era um marxista confesso: Emilio Castro... Castro promoveu
intensamente a teologia da libertação criada pela KGB, que hoje finca raízes
firmes na Venezuela, Bolívia, Honduras e Nicarágua. Nesses países, os
camponeses apoiaram os esforços dos ditadores marxistas Hugo Chávez, Evo Morales,
Manuel Zelaya (agora exilado na Costa Rica) e Daniel Ortega para transformarem
os seus países em ditaduras de Estado policial, ao estilo da KGB”. (PACepA, Ion
Mihai Pacepa e RYCHLAK, Ronald J. Desinformação.
Campinas: Vide Editorial, 2015, págs. 151/153);
Sanahuja,
Juan Claudio. Poder global e religião
universal. Campinas: Ecclesiae, 2012, p. 95;
Fernando César Borges Peixoto
Advogado, pós-graduado,
niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista.