terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Hamburgueria



Era finzinho da década de 70, início da de 80 do século passado, e um boteco a poucos passos de minha casa foi transformado numa "hamburgueria".
Tratava-se de uma notícia alvissareira, uma novidade que mexeu com o povo do bairro.
A partir de então, travei uma batalha cruenta contra o desejo incontrolável de comer aquele acepipe, que ficava ainda mais delicioso aos olhos de uma criança/pré-adolescente da periferia.
Sim, amigos, falhei miseravelmente!
Ali e por todo o resto de minha vida, no tocante àquele disco de carne moída inserido num pão fofinho, que será acrescido de vários acompanhamentos, segundo a fome, a disposição e o gosto do consumidor.
E o que poderia eu pretender?
Se não consegui vencer a luta contra o hambúrguer do Carlinhos - era esse o nome daquele monstro sem sentimentos...
Eu dizia: "se não consegui vencer a luta contra o hambúrguer do Carlinhos...", como poderia encarar impérios como o do Bob's e o do palhaço?

Fernando César Borges Peixoto
Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista.