segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Desarticulados

 

Jair Messias Bolsonaro foi eleito Presidente da República Federativa do Brasil, em 2018, com 57 milhões de votos de brasileiros que optaram por jogar na lata do lixo todo o modo de fazer política então vigente. Eles queriam romper com as ideias e ações de um establishment corrupto, elitista, alheio às suas pretensões, que sempre agiu em defesa dos interesses próprios e com ganas de extirpar da sociedade todos os resquícios da nossa matriz civilizacional.

É flagrante o temor da revelação (felizmente, já constatada por muitos) de que o país não se desenvolve porque os donos do poder não permitem, para preservar e aumentar seus privilégios; e que a pobreza e a dependência do Estado são mantidas porque geram votos e sustentam a submissão da população. Teme-se, inclusive, a promoção da verdadeira revolução do Estado no trato com a população que o governo do conservador Bolsonaro pode realizar, e é por isso que o establishment, contando com uma imprensa subserviente e militante 1, usa a própria máquina pública contra o Chefe do Executivo para sabotar seus planos e atrapalhar suas ações.

O grito das vítimas do atraso artificialmente provocado por uma casta que se entende superior vem sendo sufocado. A “casta superior” se articulou e vem jogando pesado e de forma desonesta, esperneando, censurando, criando factoides e tribunais de exceção para conter o avanço conservador.

Os eternos vencedores continuam vencendo, pois essa nova (e real) oposição não é estruturada, e por isso não oferece resistência inteligente nem uma alternativa robusta. Segue apenas na garra, defendendo a verdade (o que já é muito), e de forma orgânica; e impressiona pelo volume.

Aos defensores da verdade, movidos pela revolta dos justos, mas ainda desarticulados, cabe perguntar: até quando ficarão dispersos?

 

Nota

1 “Algumas verdades precisam ficar muito claras para o leitor da grande mídia. A primeira delas é que os meios de comunicação modificaram sua função, passando desde sua função ideal informativa para a transformadora da sociedade. A segunda é uma consequência da primeira: o mundo retratado pelos jornais é bastante diferente do mundo existente na mente da maioria da população e mais diferente ainda do mundo real em que todos vivemos. O viés ideológico na mídia é hoje algo fora de dúvida”. (DEROSA, Cristian. Fake news: quando os jornais fingem fazer jornalismo. Florianópolis: Estudos Nacionais, p. 40). Assim, estudantes de jornalismo aprendem na Academia que a profissão os capacita como “agentes da transformação social”, o que os leva a abandonar o compromisso ético de apresentar os fatos da forma mais próxima da verdade para esconder fatos ou criar narrativas adequadas aos seus propósitos.

 

 

Fernando César Borges Peixoto

Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista. 

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