Em suas declarações, o ministro Luiz Roberto
Barroso, do STF, que se autodenomina um iluminista, deixa claro que sua suposta
inteligência superior lhe confere prerrogativas para decidir o que é ou não
conveniente a nossa sociedade. Dessa forma, destina aos brasileiros iletrados o
papel de contribuintes responsáveis, que mantêm os luxos concedidos à elite do
serviço público, e avoca para iluminados como ele o dever de tomar as decisões
importantes para os rumos do país. E é por isso que não encontra impedimentos à
implantação, pela via do Judiciário, da Agenda 2030 que ele já aprovava desde a
advocacia, quando atuou pela liberação da maconha e do aborto (eufemismo para
assassinato de criança no ventre da mãe). A agenda, em verdade, é uma
excrescência cruel, divisionista, elitista e anticivilizatória criada pelos
globalistas, outros que se consideram iluminados, mas a nível mundial, mas ao
povo não cabe se opor.
Investido com o poder de magistrado da mais alta
corte do Judiciário, ele pretende levar adiante seu projeto, tomando decisões
que vão impactar o modo de pensar e de agir da sociedade que não lhe outorgou
mandato algum, nem clamou pela continuidade das mudanças que vinham sendo
empurradas pelos políticos rejeitados nas urnas. Basta algum partido da
esquerda judicializar uma pauta da Agenda 2030 que não tenha passado pelo crivo
do Congresso Nacional, em franca burla ao Estado democrático de direito, que
Barroso abraça a causa.
Com efeito, o ministro já nem esconde seu desprezo
por aquela parcela do povão que considera incapaz de eleger um representante ou
de gerir sua própria vida; entende que não há motivos para se preocupar, pois o
exercício e a manutenção do seu cargo não precisam dos votos das pessoas que a
compõe, já que o cargo é vitalício. Por outro lado, reconhece que há uma
parcela que é menos povão que a outra, e merece, sim, sua atenção; e é por isso
que divide seu precioso tempo com youtubers medíocres com grande projeção na
mídia e nas redes sociais, e cujos pensamentos são convergentes com os seus.
Ele quer que seu discurso chegue àqueles que de bom grado servem de massa de
manobra para dar continuidade à longa marcha da revolução, como a audiência do
cosplay de foca ou do adivinho do caos sem orelhas, p.ex., pessoas a quem
ofereceu os holofotes e os megafones dos quais o poder dispõe. Aí o ministro é
puro amor. Já em relação aos adeptos de correntes de pensamento contrárias,
Barroso destina os rigores da lei, a fim de calar suas vozes e fazê-los entrar
em espiral do silêncio. Aqui entra em campo o contorcionismo jurídico, como na
“expansão do conceito de espaço físico do STF” e no aval para a criação de um
tipo penal cuja punição retroage – o execrável delito da “fake news”, que seria
um “crime próprio” praticado apenas por conservadores que fazem postagens em
redes sociais e apoiam Jair Messias Bolsonaro.
Não parece correto que autoridades das
“instituições democráticas que funcionam" atuem deliberadamente contra o
povo, dono do poder, se vivemos numa democracia.
Por fim, uma particularidade dessa figura da República
que não se envergonha por sua incoerência de nível ginasiano, típica de
oligofrênicos ou mentirosos: o ministro, que viveu, estudou e palestrou nos
EUA, e atacou o Presidente do Brasil em inglês macarrônico, acusando-o de
apoiar a ditadura, não explica o que significa um luminar das ciências se
consultar com o curandeiro João de Deus. Seja estultícia ou mentira, isso não
combina com o cargo, nem com seu ego de deus do Olimpo das Ciências. É fato.
Mudanças são muito bem vindas, e precisam acontecer...
Fernando César Borges Peixoto
Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de
certa forma, é um saudosista.
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