Sumário:
1. Introdução. 2. minha bondade Muda o mundo: 2.1. Proteção de animais no Brasil: amor que
dura até a esquina, depois das fotos postadas no face; 2.2. Proteção de animais
no mundo: “homo caninus et felinus” e “habeas primate”; 2.3. Paz e amor e
zoofilia; 2.4. Deus Pai vs. mãe Terra: heresia da libertação e ecologismo; 2.5.
“Ser humano vs. ser humano” na atualidade: dá para levar ao pet shop?; 2.6. Sentimentalismo
tóxico: Dalrymple visto “muito ‘en passant’”. 3. O PROCESSO DE IDIOTIZAÇÃO. 4. Conclusão.
1.
Introdução
Nesse
estudo, analiso a relação entre homens e animais, esses que, para alguns, são “seres que a ‘mamãe-natureza’ determinou que
povoassem a Terra em igualdade de condições com o homem” – o único racional dentre
todos –, em tempos nos quais seres humanos vítimas de agressão dos mais
variados matizes são tratados de forma seletiva pela imprensa de má qualidade e
por certos setores progressistas da sociedade.
A reboque do projeto
hegemônico do pensamento único esquerdista, experimentamos a miséria da “ditadura da minha
opinião bacana” politicamente correta.
E é importante afirmar que a estratégia do
politicamente
correto foi urdida para censurar, envolver em espiral do silêncio quem se opõe a
pautas cujo objetivo é fomentar a discórdia no seio da sociedade, cumprindo a
velha tática do dividir para conquistar, de Sun Tzu 1, lembrada pelo
agente dissidente russo Yuri Bezmenov em palestra na qual mostrou ao Ocidente o
“modus operandi” da extinta União Soviética na subversão de povos inimigos. Disse ele
que o processo de desmoralização, primeiro estágio da subversão, visa a acabar
com as ligações sociais e familiares mantidas naturalmente, como visa também a distrair
as pessoas no campo da educação, seja pela doutrinação, seja pela inclusão de disciplinas
com conteúdo insipiente em currículos escolares para idiotização de estudantes,
tornando-os fiéis seguidores de conceitos que notadamente obstacularizam as
ligações sociais.
Embora num primeiro impulso seja possível pensarmos que se trata de
teoria da conspiração, cabe lembrar que esse é o não argumento, recurso rasteiro
que busca desqualificar o debate, utilizado em regra por manipuladores de massas
ou pelos que sofrem da falta de conhecimento.
Por fim, é importante esclarecer que a crítica não é direcionada a todos
os amantes de animais, menos ainda a quem se doa sem alardes. A demanda aqui é
contra os ativistas de ocasião.
2.
minha bondade Muda o mundo
2.1.
Proteção de animais no Brasil: amor que dura até a esquina, depois das fotos
postadas no face
Dia
desses um defensor de animais abandonados declarou nas redes sociais, sem nenhum
pudor, que a “burguesia” se incomodava com seu
trabalho “cuti-cuti” filantrópico. Além da preocupação que sinto com essa falta
de freios dos ativistas, pelas regras de experiência percebo que essa é a senha
para uma futura arrecadação de dinheiro público, da qual se valem aqueles que
desejam mudar o mundo à custa do dinheiro dos outros.
Quer
uma boa medida do que vem acontecendo? O artigo 121 do Código Penal prevê pena
mínima de seis anos para homicídio simples (matar uma pessoa), podendo diminuir
de um sexto a um terço da pena na hipótese do § 1º 2. Enquanto isso, os ativistas se mobilizam pela alteração da Lei
nº 9.605/1998, que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente. O intuito é majorar significativamente a pena do artigo 32, hoje com o seguinte texto:
Art. 32.
Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena -
detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º
Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal
vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos.
Baseado em estatísticas não documentadas sobre sofrimento de
cadelas, o movimento Marcha da Defesa Animal quer a majoração da pena do caput para
oito anos e um mês a dez anos, ao que parece, de reclusão; e, se o animal morrer,
a equiparação ao crime de estupro e pena fixada entre doze e trinta anos de
reclusão 3. Há também pedidos
para estabelecer pena entre oito anos e um mês a doze anos aos casos de
zoofilia (abuso sexual dos animais) e, por fim, de: aumento de pena para
tráfico de animais silvestres; revogação de norma do CONAMA que autoriza a
posse de animais silvestres de origem ilegal; fim do uso de cães de guarda em
estabelecimentos comerciais; e fim do uso de animais em testes para
medicamentos, cosméticos e outros experimentos com aplicação de substâncias
químicas, incluídas as atividades que causem sofrimento ao animal.
Mais: um post da Agência de Notícias de
Direitos Animais (ANDA) fala da legalidade da “entrada ou permanência em casa
alheia ou em suas dependências, a qualquer hora do dia ou da noite, quando
algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser”. A finalidade é defender a invasão de propriedades privadas
para resgatar animais que estariam sofrendo em seu interior. Segue trecho da notícia
4:
A Constituição Brasileira
declara, no seu artigo 5º, XI, que “a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial”.
Nada existe no nosso
ordenamento jurídico que nos leve a entender que esta norma tenha por destino a
prestação de socorro, exclusivamente, ao
animal humano. Não tem fundamento e é arbitrária
qualquer restrição ao texto constitucional pois o próprio artigo 225, §1º,
inciso VII, afirma incumbir ao Poder Público a vedação das práticas que
submetam os animais à crueldade. (...)
“Manter-se inerte diante de um ato de maus-tratos é conduta
moralmente censurável, que só faz crescer a audácia do malfeitor“,
conforme nos faz lembrar o brilhante Promotor de Justiça de São José dos Campos
– São Paulo, Laerte Fernando Levai em sua obra “Direito dos Animais”. (grifei)
Isso lembra as invasões do Instituto
Royal por ativistas para salvar animais utilizados em testes. O instituto
possuía autorização estatal para funcionar, mas está fechado. Como saldo: empregos
perdidos, tributos não arrecadados, destruição do patrimônio privado e pesquisas
interrompidas.
A visão utópica de mundo comprada e
alardeada por comunistas, progressistas, populistas, vitimistas e ativistas não
se repete na vida real. Prova disso é que, após tanto tempo, um cão da raça
beagle ainda perambula nas proximidades do prédio onde funcionava o instituto.
Segundo a vizinhança, a cadela, que pertencia ao Royal, “dorme
na rua, pegou sarna e já foi vista revirando lixo em busca de comida” e, além disso, precisa de tratamento
veterinário, pois está perdendo pelos. Um empresário local “tentou contato com
ativistas e organizações protetoras de animais pelas redes sociais, mas não
teve retorno”
5.
Ou seja, depois do estrago causado acabou o amor. Na verdade, os ativistas fizeram
seu circo, destruíram bens alheios e não assumiram o ônus de suas bravatas.
Há também os que defendem que o Estado construa
hospitais veterinários, Essa discussão acontece enquanto falta dinheiro para
tratar da saúde de humanos e significa dizer que acham justo tirar mais do
contribuinte para salvar animais, pois esquecem que o Estado não produz
dinheiro, apenas toma do contribuinte para geri-lo muito mal depois.
Seguindo. Em Vitória-Espírito Santo, foi encontrada uma gata
morta a enxadadas no Parque da Pedra da Cebola, “o terceiro caso de maus-tratos a animais
registrado na Grande Vitória em uma semana. No dia 29 de junho, moradores
denunciaram o envenenamento
de cães em Jardim
Camburi. Já no dia 02 deste mês, o Folha Vitória denunciou o caso de um gato
que foi maltratado dentro de uma
área de supermercado em Vila Velha” 6. Após campanhas marcadas por
indignação nas redes sociais (o que é legítimo) foi convocado um evento para
cobrar soluções das autoridades e mobilizar a sociedade. A manifestação reuniu
cerca de mil e quatrocentas pessoas numa caminhada em 11/07/2015. Segundo a
organizadora, luta-se para que “a Justiça seja
feita a todos os animais que são maltratados. Atualmente, essas pessoas
agridem, matam os bichos e os crimes ficam sem punição. Nossas vozes irão pedir
justiça para os que, por si só, não podem fazê-lo” 7.
Infelizmente, a morte de seres humanos,
em regra, só gera revolta e manifestação na rua se a vítima pertence a uma
minoria e serve de bandeira para pessoas inescrupulosas ou se é traficante ou
alguém de comunidade carente que pode trazer ganho ao tráfico com a exposição
da polícia na mídia, p.ex. Nesses casos, o povo, mediante ameaça ou promessas,
toma o asfalto e promove atos de vandalismo, enquanto jornalistas justificam
dizendo que é culpa do capitalismo.
Ainda em Vitória, no bairro Jardim da
Penha, aos sábados, um carro de som convida pessoas para adotarem animais que
um grupo recolhe e põe à disposição dos interessados. É uma bela atitude, mas
penso que seria muito mais honroso promover campanhas convidando pessoas para
participarem de reuniões onde expositores e voluntários discutissem e acabassem
com as dúvidas daqueles que pensam em adotar crianças abandonadas ou
(financeiramente) orfanatos e asilos.
A campanha de crowdfunding no site
Kickante para a compra da nova sede da ONG Santuário Animal Rancho dos Gnomos,
encerrada em 03/09/2015, arrecadou mais de um milhão de reais 8,
recorde do site. A quantia surpreende, num momento em que vivemos uma severa
crise de cunho ético, político, econômico e financeiro. O programa CQC divulgou
a campanha, que também recebeu apoio do grupo Porta dos Fundos, recentemente
agraciado pela Lei Rouanet com sete milhões e meio de reais para patrocinar um
filme 9.
É interessante ver ações como essa num país onde, apesar dos dados oficiais
omitirem (e mentirem), há uma enorme população carente que conta com poucas
campanhas buscando aplacar um pouco dessa miséria, como as da ActionAid 10
e da Plan International Brasil 11. Embora as propagandas veiculadas
na TV utilizem imagens de crianças para dar maior dramaticidade à questão 12,
infelizmente as campanhas não contam com um engajamento de tamanha magnitude e generosidade
dos setores de maior visibilidade da nossa sociedade ou da mídia.
Por fim, anos atrás, selecionado para
“causar” (criar polêmica), um participante do Big Brother Brasil 5 fez escola
ao ser eliminado com 92% de rejeição dos espectadores afirmando algo simbólico:
“Quanto
mais conheço as pessoas, mais eu amo meus cachorros” 13.
2.2. Proteção de animais no mundo: “homo
caninus et felinus” e “habeas primate”
No âmbito internacional, inicio com o desrespeito a tradições milenares por ativistas de uma organização sediada em
Washington-EUA, que protestaram na sede do Governo de Yulin-China contra o
abate anual de cães para o tradicional festival de comida feita com carne de
cachorro 14.
Embora a China não proíba o consumo da carne de cachorro, os ativistas suscitaram leis
sanitárias e administrativas para exigir a proibição do festival em razão do “comércio ilegal
de carne de cachorro”, e pediram a punição pelo transporte
ilegal de cães, pois muitos são animais de estimação tirados de seus donos. As
autoridades afirmaram que não organizam o festival e dispersaram os ativistas.
Já em Trigueros del Valle (Valladolid-Espanha) uma lei reconheceu a cães
e gatos direitos semelhantes aos conferidos a humanos e os elevou à categoria
de residentes “não-humanos”. A
lei ainda baniu touradas e ações que mutilem ou matem qualquer residente não
humano 15.
Na Argentina, foi concedido “habeas corpus” (HC) a um
orangotango, que recebeu tratamento de pessoa jurídica. A decisão considerou
que o animal, nascido em cativeiro, goza de comprovada capacidade cognitiva e
por isso é injusto ficar confinado. Também foi autorizada sua transferência
para o Brasil, onde irá desfrutar a liberdade com outros animais de sua
espécie.
É importante destacar que outros pedidos
como esse foram denegados 16, o que mostra violação à jurisprudência para criar um
precedente “inovador” 17. Para os advogados que
impetraram o writ, Sandra, um orangotango da Sumatra, “estava sofrendo
com o cativeiro e por ser exibida às pessoas que visitam o zoológico de Palermo”. Ela “não
só demonstrava essas características em várias fotografias como, além disso,
estava ‘privada de liberdade’ de forma ilegal, ou seja, estava presa. Por essa
razão ela deveria ter os mesmos direitos que um ser humano” 18. De outro lado, Adrián Sestelo, chefe de Biologia do
Zoológico de Palermo, refutou tais argumentos e afirmou que pedidos como esse são
feitos por ativistas que desconhecem o comportamento natural das espécies 19:
Os orangotangos são animais
solitários e muito tranquilos, que só se juntam para acasalar ou cuidar de suas
crias. Desconhecer a biologia da espécie, alegando injustificadamente
maus-tratos, estresse ou depressão do animal, é incorrer em um dos erros mais
comuns dos seres humanos, que é humanizar qualquer conduta animal. Sandra é
objeto de cuidados excepcionais e vive em solidão porque é o que a sua espécie
requer.
Comentando a decisão judicial com rara lucidez, o biólogo
afirmou que esse foi um duro golpe no ordenamento jurídico do país, onde as
normas civis consideram animais como coisas, e ainda abre precedentes para
outras espécies de animais.
E ele não estava equivocado. Em 20/04/2015, a ministra Barbara
Jaffe, do Tribunal Superior de Nova York-EUA, concedeu liminar em HC aos
chimpanzés Hercules e Leo, assegurando sua liberdade e o direito de pedirem em
juízo o reconhecimento de prisão ilegal no laboratório da Universidade onde
viviam e eram utilizados em experimentos médicos. Em juízo, citando a decisão
argentina, os advogados da organização The Nonhuman Rights Project alegaram que
os animais “são
seres inteligentes, complexos sob os aspectos emocional e cognitivo,
autoconscientes, autônomos e têm autodeterminação”.
Concedida a liminar, um deles afirmou que os predicados dos chimpanzés constituiriam
“mérito
suficiente a alguns direitos humanos básicos, tal como o direito contra
detenção ilegal e tratamento cruel”
20.
Por fim, há o Zimbábue, país dirigido com punhos de ferro há
mais de 30 anos pelo ditador milionário Robert Mugabe 21,
acusado de fraudes em eleições, expropriação de bens, perseguição a opositores,
práticas racistas e de maltratar o povo. O país possui um dos piores índices de
desenvolvimento humano (IDH) e um dos maiores percentuais mundiais entre os que
vivem abaixo da linha da pobreza. Não há manifestações ou mobilizações nacionais
ou globais contra suas covardias. Todavia, tomou conta do noticiário mundial a
morte de Cecil, leão “símbolo do país” 22 que contava com treze anos, e
vinha sendo objeto de estudo pela Universidade de Oxford. Ele foi morto numa
caçada esportiva, prática autorizada cuja é legitimidade atacada por ativistas
que desconhecem a necessidade de conter o aumento populacional indiscriminado de
determinados animais perigosos. No caso, gerou-se a revolta porque o leão estaria
numa reserva protegida – Parque Nacional Hwange – e foi atraído para a “zona
livre” onde foi abatido, degolado e teve a pele arrancada 23.
Dois cidadãos do Zimbábue dirigiram a caçada e teriam recebido cerca de cinquenta
mil dólares. Foram acusados de caça ilegal e podem ser condenados a até quinze anos
de prisão. O país ainda pediu a extradição de Walter Palmer, o caçador americano
que o matou, para julgá-lo segundo as leis daquela ditadura. Em sua defesa, ele
disse que estava acompanhado de guias profissionais que deveriam garantir a
legalidade da caça. Com a repercussão do fato, ele tirou sua página pessoal das
redes sociais do ar e fechou as portas e o site de seu consultório, que se
transformou num local de verdadeira peregrinação, onde fotos e bichos de
pelúcia foram depositados. A maior preocupação dos benevolentes amantes de
animais foi com o linchamento moral do caçador que, em última análise, é um ser
humano passível de falhas.
A imprensa repercutiu que, junto a outros países africanos, o
Zimbábue “luta
para coibir a caça ilegal que ameaça a vida selvagem da região”. Porém, o maltratado povo zimbabuano, esquecido pela mídia,
não sentiu a perda por sequer saber da existência do leão “símbolo do país”: “...
os ambientalistas reconhecem que os zimbabuanos, incluindo muitos operadores do
safári, não conheciam Cecil, e que antes de sua morte a fama do leão não
ultrapassava o seleto círculo de pessoas que podiam viajar até Hwange” 24.
2.3. Paz
e amor e zoofilia
Ultrapassada a fase dos maus-tratos (que devem ser rechaçados,
mas não colocados acima das relações humanas), cabe lembrar que os progressistas
não conhecem limites, e por isso sempre procuram “avançar” nas questões que consideram
de grande importância para toda a humanidade.
Peter Singer, filósofo, professor de bioética e ateísta que sustenta a
bestialidade em um de seus livros, em programa de TV exibido nos EUA
defendeu o sexo oral de uma mulher em seu cachorro 25.
Ele assegura que seres humanos e animais podem desenvolver relações sexuais
mutuamente prazerosas se não há “relação de dominação”. Então, não havendo
prática de crueldade e, se o cão é livre, não há problemas. Indagado sobre isso
ser bizarro, ele disse que essa é uma reação normal das pessoas, mas salientou
que embora possa ser bizarro não é errado.
Há notícia também da holandesa Dominique Lesbirel,
que ficou viúva depois de 8 anos casada com um gato e deseja se casar com
Travis, um cão, após o período de nojo pela viuvez recente. Ela é proprietária
de uma empresa que faz casamentos “on line” entre pessoas e animais, e segue
algumas regras para realizar a celebração: “... só
realizo casamentos envolvendo animais domésticos. Em algumas partes do mundo,
sei de pessoas que mantêm tigres e leões como bichos de estimação. Eu não caso
pessoas com esses animais [e] também preciso ter certeza de que há amor verdadeiro e respeito pelo
animal” 26. Após ser ameaçada de
morte por pessoas que acreditam que ela incentiva o sexo entre homens e
animais, ela afirmou que “jamais concordaria com tais atos cruéis contra animais. Farei tudo que
puder para que as pessoas tratem os animais com amor, bondade e respeito. É por
isso que estou planejando me casar com Travis. Ele me dá muita alegria e amor
incondicional. Só quero celebrar esse laço” 27.
2.4. Deus Pai vs. mãe Terra: heresia da libertação e
ecologismo
Avançando ainda mais no tema da diminuição da dignidade do ser humano,
agora no contexto da nova religiosidade que vive em simbiose com a ecologia –
essa causa bilionária –, SANAHUJA
reproduziu o discurso da militante Irmã Donna Geernaert que, no Plenário da
União Internacional de Superioras Gerais (UISG), em maio de 2007, afirmou 28:
“Uma
espiritualidade ecológica chama as/os religiosas/os a trabalhar com a
comunidade terrestre ampliada, para formar um processo planetário integral.
Centra-se na recuperação da intimidade humana com todos os elementos que
participam do universo do ser”.
Como se vê, a falsa religiosa distorce a doutrina católica e
coloca a criatura humana no mesmo patamar dos demais seres vivos, utilizando a
falácia da “comunidade terrestre ampliada”, que iguala todos os seres viventes
sobre a Terra. E para encerrar a questão dos excessos do ecocentrismo, destaco novamente
SANAHUJA sobre a importância da natureza e a prevalência do homem 29:
...muitos
encontram tranquilidade e paz, sentem-se renovados e revigorados quando entram
em contato direto com a beleza e a harmonia da natureza. Existe aqui uma
espécie de reciprocidade: quando cuidamos da criação, constatamos que Deus,
através da criação, cuida de nós. Por outro lado, uma visão correta (...)
impede de absolutizar a natureza ou de considerá-la mais importante do que a
pessoa (...)
...uma
concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo (...) elimina
a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres
vivos. Deste modo, chega-se realmente a eliminar a identidade e a função
superior do homem, favorecendo uma visão igualitarista, da “dignidade” de todos
os seres vivos (...)
...a Igreja convida a colocar a
questão de modo equilibrado, no respeito da ‘gramática’ que o Criador inscreveu
na sua obra, confiando ao homem o papel de guardião e administrador responsável
da criação, papel que certamente não deve abusar, mas de que também não pode
abdicar.
Desde o início dos tempos o homem lutou pela
vida e, desenvolvendo técnicas e superando o medo, alcançou o topo da cadeia
alimentar. É o único ser vivo dotado de razão, faculdade de entender, raciocinar,
sopesar e julgar. É capaz de se comunicar com habilidade e de reconhecer e
interagir com os valores estabelecidos na sociedade da qual é parte. Ele
escreveu a história, é o responsável pela construção da civilização. Há
inclusive previsão na Bíblia sobre o domínio, a superioridade e a
responsabilidade sobre os animais, como evidenciado no episódio de Noé. Então,
por que falar em igualdade em relação aos demais seres vivos? A quem interessa
isso?
Finalmente, ao se manifestar sobre a
Carta da Terra, documento através do qual o poder global pretende transformar humanos
em escravos da ecologia, SANAHUJA coincidentemente (ou revelando uma profecia) afirmou
que, segundo os responsáveis pelo projeto de reengenharia social da Nova Ordem
Mundial: “Um
orangotango, um homem e uma espécie vegetal valem o mesmo” 30.
2.5. “Ser
humano vs. ser humano” na atualidade: dá para levar ao pet shop?
Para
demonstrar o nível de cinismo com que se trata a condição humana, em debate na
TV, a Srª. Samantha
Buglione, coordenadora do Cladem (Comitê
Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher)
no Brasil, entre outras sandices, disse a seguinte pérola 31:
Vamos trabalhar com a hipótese de nós criarmos um consenso de
levar a proteção da vida à esfera mais radical. A vida é um consenso para nós
como um bem inviolável (...). Se a vida é um bem inviolável, isso exige uma
coerência de comportamento. A pergunta é: a vida vai ser um bem inviolável
somente pra nossa espécie humana? Se a vida for um bem inviolável somente
para nossa espécie humana, nós vamos estar incorrendo num comportamento
extremamente preconceituoso e discriminatório. A gente vai estar dizendo
que só vale pra nós. Então, ela não vai ser um bem inviolável. O que eu quero
dizer com isso é provocar a todos pra pensar o seguinte: nós violamos a vida
todos os dias. Nós violamos a vida quando a gente tem práticas em relação ao
meio ambiente – de destruição, de poluição, de desrespeito. Nós violamos a vida
quando a gente faz o churrasquinho no final de semana, nós violamos a vida
quando a gente faz o franguinho no final de semana, quando a gente parte da concepção que o mundo está aí a nos
servir. Certo? Sim, nós violamos a vida quando nós matamos um outro ser que
vive para comê-lo. (grifei)
Não bastasse afirmar que matar animais
para comer é atentar contra a vida e chamar quem trata isso como uma coisa normal
é discriminador e preconceituoso, ela infelizmente não parou por aí. Disse que
as outras espécies não nos elegeram superiores, nós é que nos sobrepusemos a
elas e as matamos. Questionada sobre se as outras espécies poderiam questionar
o porquê de dizermos que somos superiores, ela afirmou que é possível e que a
culpa é nossa de não reunirmos capacidade de ouvi-las. Segundo ela, os animais
possuem racionalidade e, utilizando a Falácia 32 da Autoridade 33
ao se escorar em Rousseau, afirmou que uma vaca só não possui a “condição de
perfectibilidade”, que é a possibilidade de se
aperfeiçoar, característica imanente ao ser humano que seria o único critério
que nos diferencia dos outros animais. Que bom!
Não
é necessário dizer que a Sra. BUGLIONE ainda recorreu à Falácia de Red Herring 34
com o objetivo de justificar o aborto. É uma tática dos defensores da morte de
vidas “inviáveis” através do aborto e da eutanásia, que mostram seu asco pelo
ser humano ao passo que fazem juras de amor aos animais. Vidas inviáveis, aqui,
não só nas questões genéticas ou de saúde da gestante e do feto, ou segundo a orientação
político-filosófica-religiosa de quem abomina a maternidade, mas também no caso
de doentes e idosos, quando o claro objetivo é não inviabilizar a economia
estatal através de gastos com saúde e com benefícios previdenciários. Isso
mesmo, recomenda-se e defende-se a morte de pessoas para economizar dinheiro.
Vejamos
DALRYMPLE denunciando Peter Singer, defensor da zoofilia citado no tópico 2.3 35:
Também
não surpreende de todo que o professor Singer, que faz da benevolência
universal a pedra angular de sua filosofia, termine defendendo, em bases
éticas, o assassinato de números exorbitantes de seres humanos por serem
infelizes demais ou cuja manutenção seja cara demais (é notório que sua prática
venha sendo diferente). Um homem que fica famoso por defender direitos dos
animais termina propondo políticas que, na Alemanha nazista, foram testes
prévios para o Holocausto.
Adentrando
a seara do Direito, cabe aqui lembrar a lição de BODIN DE MORAES 36:
Para
que se extraiam as consequências jurídicas pertinentes, cumpre retornar por um
instante aos postulados filosóficos que, a partir da construção kantiana,
nortearam o conceito de dignidade como valor intrínseco às pessoas humanas.
Considera-se, com efeito, que, se a humanidade das pessoas reside no fato de
serem elas racionais, dotadas de livre arbítrio e de capacidade para interagir
com os outros e com a natureza – sujeitos, por isso, do discurso e da ação –,
será “desumano”, isto é, contrário à dignidade humana, tudo aquilo que puder
reduzir a pessoa (o sujeito de direitos) à condição de objeto.
Como se vê, a dignidade humana é valor
intrínseco ao ser humano, o “badalado” homo sapiens que expressa o raciocínio –
ainda que (alguns) de forma rudimentar – e possui livre arbítrio, e é desumana
toda a ação ou omissão que reduza sua capacidade de sujeito de direitos e o
conduza à condição de objeto ou que o iguale em direitos a um animal ou, quiçá,
a um aspargo.
Feitas
essas considerações e avançando na questão do ser humano no trato com o ser
humano na atualidade, vejamos alguns fatos que não mereceram tanto destaque da
imprensa nacional e mundial, mas dão bem a ideia de a quantas anda a
consideração pelo próximo:
(a) Em maio/2014, a dona de casa
Fabiane Maria de Jesus veio a falecer dois dias depois de ter sido espancada
por moradores do bairro Morrinhos, comunidade carente do Guarujá-São Paulo, em
decorrência da divulgação de boatos pela página Guarujá Alerta nas redes
sociais, que a acusavam de raptar crianças para sacrificá-las durante rituais
de magia negra 37;
(b) Em dezembro/2014 um jovem
inocente, chefe de família foi baleado e morto em uma quadra de esportes, em
razão de uma rixa entre gangues no Rio Grande do Sul 38;
(c) Na Zona Oeste do
Rio de Janeiro, em abril/2015, uma adolescente veio a falecer depois de
brutalmente espancada por uma mulher com ciúmes do ex-namorado 39;
(d) Em 27/maio/2015,
quatro moças “foram amarradas, agredidas,
violentadas sexualmente e arremessadas do alto de um penhasco na cidade de
Castelo do Piauí” por quatro adolescentes e um adulto. Uma delas morreu 40.
Esse caso até teve repercussão nacional, só que foi noticiada ainda mais a
morte de um dos estupradores adolescentes, provocada por seus parceiros de
crime na unidade em que estavam recolhidos;
(e) Na Zona Leste de
Manaus, em junho/2015, uma jovem senhora morreu baleada em uma avenida quando
ia à Igreja com sua família. Dois criminosos acabavam de cometer um roubo
quando um deles entrou na frente do carro de seu marido, que freou para evitar
o atropelamento. O marginal que vinha atrás atirou em direção ao carro e
atingiu a vítima no tórax
41;
(f) Em 14/julho/2015,
uma menina de cinco anos morreu baleada na zona rural de Andradas, Minas
Gerais, ao tentar salvar a vida de sua mãe e de sua irmã recém-nascida, que
estariam na mira de criminosos. Mesmo assim eles dispararam 42;
(g) Em São Luís do Maranhão, uma menina de três anos de idade foi morta a
tiros dentro de casa por traficantes de drogas que
buscavam acertar contas com seu pai. Na mesma época, também em São Luís, um pai degolou a
filha de oito meses porque o choro da criança o incomodava 43;
(h) No Rio Grande do
Sul, em agosto/2015, um jovem de dezessete anos foi espancado até a morte por catorze
pessoas ao sair de uma festa promovida para arrecadar dinheiro para a formatura
de sua turma. Seu pai constatou que alguns dos jovens que o mataram
frequentavam sua casa. No interrogatório, nenhum deles apresentou
arrependimento e, pior, áudios vazados do WhatsApp mostram os infratores se
vangloriando da forma com que agrediram covardemente o rapaz 44.
Quase todos esses casos, quando muito, geraram
mobilizações ligeiras e manchetes locais, sem exaltações ou passeatas de
indignação pelo desprezo no trato com humanos.
No Brasil há cerca de sessenta mil mortes
por ano em decorrência de homicídio, e veja que ainda vige o cruel Estatuto do
Desarmamento que não desarma bandidos nem seguranças de políticos, artistas e
autoridades que andam escoltados enquanto defendem essa lei fajuta.
Líderes de coletivos afrouxam se as
questões não estão ligadas às minorias eleitas; e à imprensa não interessa
divulgar nada que não gire em torno de temas envolvendo a necessidade de
agigantamento contínuo do Estado, a “paz”, as cotas e o empoderamento das
minorias, o meio ambiente e o desarmamento, para garantir ao Estado e aos
criminosos o monopólio das armas. Está a serviço da elite política, econômica e
financeira. Preocupação com o ser humano, não!
2.6. Sentimentalismo
tóxico: Dalrymple visto “muito ‘en passant’”
Voltando a
tratar da questão da espiral do silêncio, e evidenciando minha indisposição com
certa militância carnívora, um dado interessante apontado por DALRYMPLE que pode
ser linkado ao politicamente correto que impregna o tema da proteção aos
animais é a exigência de o sentimentalismo ser demonstrado de forma exacerbada
e em público. Como isso garante que a coletividade lance um olhar afetuoso para
o sofredor, as pessoas são forçosamente arrastadas a um círculo emocional para
não serem consideradas insensíveis por não expressarem pública e efusivamente seus
sentimentos 45:
Nesse mundo, aquilo que é feito ou que acontece em
privado não é feito ou não aconteceu absolutamente...
A expressão pública do sentimentalismo tem
consequências importantes. Em primeiro lugar, ela demanda
uma resposta daqueles que a testemunham. Essa resposta deve, de maneira geral,
ser simpática e afirmativa, a menos que a testemunha esteja preparada para
correr o risco de um confronto com a pessoa sentimental e ser acusada de dureza
de coração ou de pura e simples crueldade. Há, portanto, algo coercitivo ou
intimidador em exibições públicas de sentimentalismo. Tome parte ou, no mínimo,
evite criticar.
Uma pressão inflacionária também age sobre
essas exibições. Não há muito sentido em fazer algo em público se, de fato,
ninguém repara. Isso significa que exibições emotivas cada vez mais
extravagantes se tornam necessárias (...).
Em segundo lugar, exibições de sentimentalismo
público não coagem apenas os transeuntes ocasionais, como que os sugando
para um fétido pântano emocional, mas quando são suficientemente fortes ou disseminadas,
começam a afetar as políticas públicas. (...)
...
quando o sentimentalismo se torna um fenômeno público de massa, ele se torna
manipulador de um jeito agressivo; exige que todos tomem parte. Um homem que se
recuse, afirmando não acreditar que o pretenso objeto de sentimento seja digno
de exibição demonstrativa, coloca-se fora do âmbito dos virtuosos e torna-se
praticamente um inimigo do povo. Sua culpa é política, uma recusa em reconhecer
a verdade do velho adágio vox populi, vox
dei (sic) – a voz do povo é a voz de Deus. O sentimentalismo então se
torna coercitivo, isto é, manipulador de maneira ameaçadora. (grifei)
Não poupei críticas ao sentimentalismo exacerbado. Refuto veementemente
essa imposição de regras de conduta que oprime as pessoas, condenando-as a agir
como se tivessem que clamar por atenção e proporcionar espetáculos em nome do
politicamente correto, e que, de outro lado, impõe o silêncio a quem discorda, sob
pena de sofrer acusações falsas ou sentir o desprezo alheio.
3. O PROCESSO DE IDIOTIZAÇÃO
Não há mais amor no mundo hoje do que
havia antes. Isso não se discute, foi demonstrado aqui. É por isso que denuncio
esse que é mais um dos inúmeros movimentos propositalmente gestados para causar
tumultos na sociedade. Criam-se várias demandas e ideias vão sendo inoculadas
aos poucos nas mentes dos “alvos” até que, pimba!, são transformadas em verdade
absoluta, um dever de luta, o mote de uma campanha criada e fomentada por mal
intencionados para cooptação de pessoas caridosas e dar continuidade ao
movimento revolucionário.
A mente revolucionária é insaciável, e
essa é a minha grande questão contra os
progressistas (que não me canso de chamar “regressistas”) – sua bandeira da eterna
“mudança” com ataque às instituições definidas. Para eles, não importa defender
agendas completamente antagônicas, mas que a civilização ocidental e seus valores sejam transformados, distorcidos até sua total destruição para estabilização
da revolução. Daí vão surgindo aberrações
em comportamentos contraditórios como o dos defensores ferrenhos do aborto e da
eutanásia que adotam
posição fundamentalista na defesa de
direitos amplos e irrestritos para os animais.
Teoria que caiu como uma luva para
justificar esse desapego às instituições é a da dinamicidade do Direito. Faz sentido
um instrumento que viabilize a eterna transformação ou “evolução” (involução) dos
valores através da interpretação da lei segundo os humores do operador, que é
cumplice dos legisladores e suas leis cada vez mais recheadas de cláusulas
gerais e de conceitos abertos para facilitar o vale-tudo.
Sobre o tema, destaquei em estudo anterior que 46:
... a legislação vem
sistematicamente adotando cláusulas gerais e conceitos indeterminados
com o objetivo de dar maior lastro interpretativo ao julgador na análise do
caso concreto, o que permite, inclusive, a aplicação de soluções distintas em
situações idênticas que porventura lhes são submetidas. Ou seja, permite-se “a
constante incorporação e solução de novos problemas, seja pela jurisprudência,
seja por uma atividade de complementação legislativa”. (grifos no original)
Veja-se a dinamicidade influenciando no
trato dos direitos de não-humanos, algo impensável há pouco tempo. Dizer o quê?
Que evoluímos?
Investe-se
pesado em estratégias que provocam fissuras na sociedade. Parte-se da fraqueza
das pessoas, pois há sempre um insatisfeito, um caridoso, um ingênuo, uma
minoria ou alguém que inveja ou se incomoda com o sucesso alheio. Formam-se
coletivos (cometivos do dinheiro
público) que “precisam ser ouvidos”. Logicamente, os projetos são propostos como
instrumentos da “luta por avanços sociais”, planejados por quem possui uma aura
de bondade, pois sobre esses “seres iluminados” paira a (FALSA) ideia de que
possuem o monopólio das virtudes. Não importa que a verdade os desmascare de
forma implacável. Eles sabem que parte da sociedade foi e continua sendo idiotizada
e que leva tempo para promover a mudança desse quadro. Nesse ínterim, o
processo revolucionário caminhou muito caminho, cooptou mais corações e mentes.
Dos espantalhos criados para viabilizar a
derrocada da nossa civilização, a questão dos animais, que já está inserida no
contexto maior da proteção à natureza, é apenas mais uma delas. Vejamos um pequeno resumo dessa agenda. Discutiu-se o abate
piedoso, sem sofrimento do animal destinado à alimentação. Depois veio a tese
de que peidos de reses poluem o meio ambiente 47 e a exigência de sofisticação
das técnicas de criação e abate de animais destinados a esse fim, o que
inclusive encarece cada vez mais o produto, mas é “pelo bem do animal”. Agora há
a demonização da alimentação à base de carne, dando fôlego ao patrulhamento de
vegetarianos, veganos e afins, que contam com o auxílio luxuoso de cientistas que
catalogaram a carne animal como cancerígena, segundo afiançou recentemente a
Organização Mundial da Saúde (OMS) 48.
Também devemos falar da indústria muito lucrativa de animais
domésticos que surgiu nos últimos anos – desde procriadores de gatos e cães de
boa cepa até “pet shops” e serviços de hotel e táxi para animais; e mais
recentemente da guerra declarada contra o consumo de “foie gras”.
Da minha parte, finjo não escutar os golpistas e alucinados
que criam e difundem essas sandices. Ora, desde o início dos tempos o homem
come carne e uma das benesses da descoberta do fogo foi justamente a
possibilidade de fazer a cocção da caça que iria alimentá-lo.
Some-se ainda o politicamente correto, o sentimentalismo para
angariar mais simpatia e incitar o desprezo a quem não se envolve nessas
atividades. Nunca houve argumentos tão fúteis, nunca duvidaram tanto da
inteligência alheia.
Mas é sempre assim. No começo, pessoas se reúnem para praticar boas ações,
divulgar ideias como cuidado ou preservação de certos animais, p.ex., até
evoluir para o patrulhamento dos que discordam de suas idiossincrasias,
resultando na exigência de criação de leis e barreiras que suprimam direitos e
punam quem pensa e age diferente.
Não posso acreditar que isso seja salutar
para a vida em sociedade.
4. Conclusão
Não prego maus tratos aos animais – e
acusar-me disso é uma abjeta desonestidade intelectual e moral –, mas deixo
claro que não sou um animólatra (?). Eu admiro os dos outros e de longe.
O fato é que parte considerável dos
defensores da causa animal não demonstra a mesma compaixão em outras searas. Curiosamente
(ou não! Diria Caetano Veloso), essas pessoas utilizam o mesmo apetite em
causas que defendem a morte de um ser humano, e isso me incomoda.
Amar os animais é benéfico e apreciável,
mas assusta o volume que toma essa superproteção dos animais ao passo que
cresce o desprezo e o descaso para com o homem. Isso é humilhante, e causa um
sentimento de vergonha alheia, pois a coisificação do ser humano, o tratamento
degradante que lhe é dispensado já não comove mais, não assusta, não gera tanta
reflexão e revolta, senão nos foros restritos de sempre, cujos participantes
por vezes são chamados fundamentalistas por professarem um credo, atacados por
pessoas que, na realidade, são fundamentalistas ideológicos. Não pode ser considerada normal a defesa cega de uma pauta que
crie várias distrações para incitar a divisão da sociedade ao destilar o ódio
entre as pessoas e influenciar o pensamento tóxico.
Também é importante lembrar que o homem chegou ao topo da
cadeia alimentar – e através de muita luta – não para ter suas prerrogativas e
sua superioridade diminuídas ou postas à disposição por teorias fraudulentas. Mais importante ainda é observar que há
um movimento que trabalha no sentido de desviar propositalmente o
direcionamento do amor dado pelas pessoas.
De outro lado, é bom reconhecer que os
animais sempre foram queridos. Lembro-me de uma enorme quantidade de parentes,
vizinhos e conhecidos e seus animais de estimação. Só que, agora, em tempos
coletivistas e de comércio maciço de animais, algumas pessoas extrapolam o bom
senso para demonstrar esse amor e chegam
a sair do eixo.
É contra isso que chamo à atenção, em especial a imposição da causa à sociedade
através de uma alta dose de sentimentalismo – quem não adere é, com sorte,
apenas taxado de insensível ou “burguês”.
Não fico constrangido ao combater quem pretende enrijecer a punição
para quem maltrata animais enquanto requer punição mais branda, ou mesmo a
isenção de pena, para criminosos que atentam contra seres humanos. Abomino o
total desrespeito às vítimas humanas.
Também refuto a sugestão de gastos consideráveis de dinheiro
público para cuidar de animais enquanto o atendimento à saúde de humanos é
caótico, mas não pior que a educação e a segurança oferecidas pelo Estado. Da
mesma forma, eu me oponho à intervenção do Estado para tratar de questões como a
ocorrida no caso “foie gras” vs. Município de São Paulo.
Por fim, discordo do fato de que o Poder Judiciário perca seu
pouco e dispendioso tempo fazendo malabarismos jurídicos para se ocupar de temas
como guarda de animais, regulamentação de animais domésticos em condomínios,
liberdade de animais em zoológicos e destruição de patrimônio particular por “causas
nobres”, nobres até ultrapassar o portão da propriedade invadida e posar para
as últimas fotos a serem postadas no Instagram, no Twitter e no Facebook.
Enquanto se levanta a tese de que devem
ser construídos hospitais para animais pelo Poder Público, pessoas morrem sem
sequer serem atendidas pelo SUS. Enquanto se luta para castigar quem maltrata
os animais com penas rigorosíssimas, defende-se o aborto, a eutanásia e a
manutenção da maioridade penal, para livrar jovens criminosos inveterados.
Enquanto são gastas verdadeiras fortunas com aquisição de animais domésticos,
vacinas, remédios, tosas e mil outros serviços postos à disposição, fecham-se
os olhos para pessoas que passam fome ao nosso lado e ainda se dá apoio a um
governo que cria barreiras tributárias insanas para que animais destinados à
alimentação cheguem a um valor razoável à mesa de miseráveis, pobres e ricos.
Eu apoiaria movimentos que se negassem a
receber dinheiro público em troca de vantagens pessoais de seus dirigentes e de
apoio a partidos políticos instalados no poder ou da base aliada. Apoiaria
movimentos que motivassem as pessoas a acreditarem no próximo, em sua
capacidade de amar. Apoiaria movimentos em defesa daquele homem pacífico,
trabalhador que não utiliza seus problemas e suas deficiências como escudo para
explorar o Estado nem para agredir ninguém alegando que a culpa é do sistema. Apoiaria
movimentos preocupados com as necessidades de um ser pensante que sente na pele
a miserabilidade de sua vida, que apesar de trabalhar, encontra dificuldades em
colocar comida na mesa ou comprar um tênis ou um livro para o filho. Gostaria
de ver movimentos que investissem nesse sentido. O bonequinho levantaria para
aplaudir de pé. Eu nem quero muito, pois sei que pedir àqueles que possuem
animais de raça reconhecidamente agressiva que coloquem correntes e focinheiras
no passeio talvez ainda seja um pouco demais.
Para finalizar, a intransigência chegou a
um nível tão “mega power master blaster” que duvido que hoje a “enquadrada” e
“engajada” banda Titãs tivesse coragem de gravar “bichos escrotos”, música apocalíptica
em que se prevê um triste fim para a oncinha pintada, a zebrinha listrada e o
coelhinho peludo.
Não é demais lembrar que tudo em excesso
não é recomendável.
NOTAS
[1]
“O grande segredo para vencer sempre consiste na arte de semear a divisão”
(TZU, Sun. A arte da guerra. Porto
Alegre: L&PM, 2014, p. 133);
2
“Art. 121. Matar alguém: Pena –
reclusão, de seis a vinte anos. § 1º. Se o agente comete o crime impelido por
motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço”;
3
Marcha da Defesa Animal. Por Pena de 8 e
1 mês a 10 anos para Crimes Cometidos a Animais. Disponível em <http://www.peticao24.com/por_pena_de_8_a_10_anos_para_crimes_cometidos_a_animais>.
Acesso em 01/08/2015;
4 Agência de
Notícias de Direitos Animais (ANDA). Invadir um domicílio para socorrer animais
é legal?
Publicado em 19/06/2011. Disponível em <http://www.anda.jor.br/19/06/2011/invadir-um-domicilio-para-socorrer-animais-e-legal>. Acesso em
01/08/2015;
5
Beagle “resgatado” do Instituto Royal
passa fome na rua. Veja on line, 21/10/2015. Disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/beagle-resgatado-do-instituto-royal-vive-na-rua-e-passa-fome/>.
Acesso em 22/10/2015;
6
Gata é espancada até a morte em bairro
nobre de Vitória. Folha Vitória, 06/07/2015. Disponível em <http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/07/homem-espanca-gata-ate-a-morte-em-bairro-nobre-de-vitoria.html>. Acesso em 01/08/2015;
7
Morte de gata em bairro nobre de Vitória
mobiliza defensores e donos de animais nas redes sociais. Folha Vitória,
07/07/2015. Disponível em <http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/07/morte-de-gata-em-bairro-nobre-de-vitoria-mobiliza-defensores-e-donos-de-animais-nas-redes-sociais.html>.
Acesso em 01/08/2015;
8
Disponível em <http://www.kickante.com.br/campanhas/santuario-animal>.
Acesso em 27/08/2015;
9
O mais irônico da notícia é o trecho em que se afirma “O ‘Porta dos Fundos’ segue
investindo pesado em novos projetos”, já que é o povo quem investe
através do sistema de tributação (AZZALI, Leonardo. “Porta dos Fundos” é autorizado a captar R$ 7.5 milhões para filme.
IG, 03/05/2015. Disponível em <http://rd1.ig.com.br/porta-dos-fundos-e-autorizado-a-captar-r-7-5-milhoes-para-filme/#>.
Acesso em 07/10/2015);
10
ActionAid. A história de Paloma.
17/03/2015. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=4sHEJ5c2Mgk>.
Acesso em 07/10/2015;
11 Repense. Plan International Brasil apresenta campanha para arrecadar fundos. Notícia de 12/05/2015 Disponível em
<http://propmark.com.br/anunciantes/plan-international-brasil-apresenta-campanha-para-arrecadar-fundos>. Acesso em
07/10/2015;
12
As duas campanhas, que retratam crianças famintas, estranhamente são apadrinhadas
pelas abortistas Julia Lemmertz e Astrid Fontenelle;
13
Rogério: “Inimigo podia estar do meu lado”. Disponível em <http://bbb.globo.com/BBB5/0,24118,NBO907273-4051,00.html>. Acesso em 01/08/2015;
14
Ativistas são
expulsos de festival de carne de cachorro na China. France Press, 22/06/2015. Disponível em <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/ativistas-sao-expulsos-de-festival-de-carne-de-cachorro-na-china.html>. Acesso 01/08/2015;
15
Cidade
espanhola dá a gatos e cães direitos de cidadãos “não-humanos”. UOL, 23/07/2015. Disponível em <http://www.olharanimal.org/acoes-publicas/7134-espanha-cidade-declara-animais-como-residentes-nao-humanos>. Acesso em 30/07/2015;
16 Em decisão
inédita, orangotango recebe habeas corpus na Argentina. Correio Braziliense, 21/12/2014. Disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/12/21/interna_mundo,463006/em-decisao-inedita-orangotango-recebe-habeas-corpus-na-argentina.shtml>. Acesso em 01/08/2015;
17
“Em uma sentença inédita a nível mundial,
a Sala II da Câmara de Cassação Penal reconheceu direitos básicos a uma
orangotango do zoológico portenho ao declará-la como ‘sujeito não humano’. E
lhe concedeu um habeas corpus, figura legal utilizada em casos de pessoas
privadas ilegitimamente de liberdade” (“Habeas corpus” libera orangotango de Zoológico em Buenos
Aires. Clarin, 25/12/2014. Disponível em
<http://www.clarin.com/br/Habeas-orangotango-Zoologico-Buenos-Aires_0_1272472911.html>. Acesso em 01/08/2015);
18
“Habeas corpus” libera orangotango de
Zoológico em Buenos Aires...;
19
“Habeas corpus” libera orangotango de
Zoológico em Buenos Aires...;
20
MELO, João Ozorio de. Justiça dos EUA
reconhece status de pessoa a chimpanzés por um dia. Conjur, 25/04/2015.
Disponível em <http://www.conjur.com.br/2015-abr-25/justica-eua-reconhece-status-pessoa-chimpanzes-dia>.
Acesso em 26/10/2015;
21
Nonato, Roberto. Robert
Mugabe reeleito no Zimbabwe: Mais cinco anos de ditadura. CBN, 04/08/2013.
Disponível em <http://colunas.cbn.globoradio.globo.com/platb/blogdononato/2013/08/04/robert-mugabe-reeleito-no-zimbabwe-mais-cinco-anos-de-ditadura/>. Acesso em 01/08/2015;
22 Quem matou o
leão símbolo do Zimbábue? BBC,
26/07/2015. Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150726_leao_cecil_tg>. Acesso em 01/08/2015;
23
Dentista
americano é acusado de matar leão mais famoso do Zimbábue. BBC, 28/07/2015. Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150728_cecil_responsavel_leao_zimbabue_tg>. Acesso em 01/08/2015;
24
Cecil,
o “majestoso” leão preferido do Zimbábue. Zero Hora, 29/07/2015.
Disponível em <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/07/cecil-o-majestoso-leao-preferido-do-zimbabue-4813860.html>.
Acesso em 08/08/2015;
25 Filósofo ateísta Peter Singer e seu suporte
ao sexo com animais. Porto Cristão, 02/06/2013. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=8nffJSS7HUg>. Acesso em 08/01/2015;
26 Após ficar viúva
de gato, mulher planeja se casar com cão.
Globo, 23.07.2015. Disponível em <http://oglobo.globo.com/blogs/pagenotfound/posts/2015/07/23/apos-ficar-viuva-de-gato-mulher-planeja-se-casar-com-cao-569637.asp?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo>. Acesso em 24/07/2015;
27
Após ficar viúva de gato, mulher planeja
se casar com cão...;
28
Sanahuja, Juan Claudio. Poder
global e religião universal. Campinas: Ecclesiae, 2012, p. 166;
29
SANAHUJA, Juan Claudio. Ob. cit., p. 163;
30
SANAHUJA, Juan Claudio. Ob. cit., p. 60;
31
Trecho a partir de 22m18s (Debate sobre ABORTO na TVCom SC com o
padre Hélio Luciano, doutorando em Bioética. Youtube, 08/08/2012. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=al4RE5_I-Jc>. Acesso em 22/11/2015);
32
Falácia é um raciocínio incorreto que exprime certo poder de persuasão
que lhe confere aparência de legitimidade. Quando há má fé do interlocutor,
como no caso, é chamada de sofisma;
33
A Falácia da Autoridade é aquela em que o narrador apela a alguma autoridade
(citando-a) para validar seu argumento absurdo com base apenas na credibilidade
da pessoa a quem faz referência e não nos fundamentos do seu próprio discurso;
34
A Falácia de Red Herring (ou Falácia de Deverson) é a introdução de
material irrelevante na discussão para desviar o argumento do outro e levar o
debate a outra esfera, cuja conclusão é mais fácil de ser combatida;
35
DALRYMPLE, Theodore. Podres de mimados:
as consequências do sentimentalismo tóxico. São Paulo: É Realizações, 2015,
p. 194;
36
Bodin de MORAES, Maria Celina. O
princípio da dignidade humana. In: ______. Princípios
do direito civil contemporâneo. Rio de Janeiro: Renovar, 2006, p. 16;
37
Mulher espancada após boatos em rede
social morre em Guarujá, SP. G1, 05/05/2014. Disponível em <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-espancada-apos-boatos-em-rede-social-morre-em-guaruja-sp.html>.
Acesso em 07/08/2015;
38
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/12/rixa-entre-gangues-matou-inocente-diz-pai-de-jovem-morto-em-quadra-de-futebol-4657383.html>.
Acesso em 07/08/2015; Rixa
entre gangues matou inocente, diz pai de jovem morto em quadra de futebol. Zero Hora, 05/12/2014. Disponível em <
39
ALMEIDA, Hélio. Jovem de 16 anos é
espancada por causa de ciúmes e morre na Zona Oeste. O Dia, 25/04/2015. Disponível
em <http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-04-25/jovem-de-16-anos-e-espancada-por-causa-de-ciumes-e-morre-na-zona-oeste.html>.
Acesso em 07/08/2015;
40
DOURADO, Amanda. Única das vítimas de estupro a ter alta
chora ao saber da morte da amiga. G1, 08/06/2015.
Disponível <http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/06/unica-das-vitimas-de-estupro-ter-alta-chora-ao-saber-da-morte-da-amiga.html#>.
Acesso em 07/08/2015;
41
Gonçalves, Suelen. A caminho de igreja, mulher é morta com tiro
na frente da família no AM. G1, 16/06/2015. Disponível em <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/caminho-de-igreja-mulher-e-morta-com-tiro-na-frente-da-familia-no-am.html>. Acesso em
07/08/2015;
42
Criança morta a tiros entrou na frente de
bebê em Andradas, diz família. G1, 14/07/2015. Disponível em <http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2015/07/crianca-morta-tiros-entrou-na-frente-de-bebe-em-andradas-diz-familia.html>.
Acesso em 07/08/2015;
43
Carlile, Márcia. Criança
de três anos é morta a tiros dentro de casa em São Luís. G1, 18/07/2015. Disponível em <http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/07/crianca-de-quatro-anos-e-morta-tiros-dentro-de-casa-em-sao-luis.html>.
Acesso em 07/08/2015;
44
Estudante é espancado até a morte por um
grupo de 14 pessoas no Sul. O Dia, 07/08/2015. Disponível em <http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2015-08-07/estudante-e-espancado-ate-a-morte-por-um-grupo-de-14-pessoas-no-sul.html>.
Acesso em 07/08/2015;
45
DALRYMPLE, Theodore. Ob. cit., págs.
76 e 82;
46
Peixoto, Fernando César Borges. Comentário sobre o domínio da semântica como
instrumento revolucionário. Disponível em <http://fernandopeixoto-es.blogspot.com.br/2015_08_01_archive.html>.
Acesso em 27/08/2015;
47
Burgierman, Denis Russo e Nunes,
Alceu. Deveríamos parar de comer carne?
Superinteressante, ed. 175, Abril/2002. Disponível em <http://super.abril.com.br/ciencia/deveriamos-parar-de-comer-carne>. Acesso em 13/11/2015;
48
Vegetarianos veem luta legitimada após
OMS ligar carne a câncer. G1, 27/10/2015. Disponível em <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/10/vegetarianos-veem-luta-legitimada-apos-oms-ligar-carne-cancer.html>.
Acesso em 13/11/2015.
Fernando César Borges Peixoto
Advogado, especialista em Direito Público
pela Faculdade de Direito de Vila Velha e em Direito Civil e Processual Civil
pela Faculdade Cândido Mendes de Vitória.
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