quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

No Guanabara


Fui comprar uma couve chinesa e uma garrafa de 3 Fazendas no aniversário do Guanabara, e enquanto procurava nas prateleiras, ouvi a auxiliar de serviços gerais falar para a repositora de mercadorias que tinha lido no site 931 que os black blocs tinham quebrado tudo em São Paulo, na passeata para não pagar passagem.
A colega respondeu que era tudo fricote de filhinho de papai e de mamãe endinheirado que não tem o que fazer. Tipo de gente que fica mais de 10 anos pendurado na faculdade pública ocupando as vagas de quem precisa. Disse ainda que dinheiro não dá em árvore e a passagem “de grátis” vai sair do bolso de alguém. De preferência do pobre, o queridinho de Lula e Dilma que sempre paga a conta.
Segundo ela, os políticos querem é pagar a passagem com o dinheiro público, porque os donos das empresas de ônibus vão lucrar muito mais e vai sobrar um cascalho dos grandes para eles, pois a corrupção atingiu níveis como jamais vistos na história desse país e do mundo. Ela ainda continuou, falando que esse pessoal aí só agita nos Estados que não têm conchavo com o PT, e que no Rio começou assim, mas quando Cabral, Pezão e o prefeitinho começaram a puxar-saco, não teve mais passeata e quebra-quebra. Agora, em São Paulo sempre tem essas coisas porque parece que os homens de lá são da oposição. Se bem que é tudo farinha do mesmo saco, viu?
As lágrimas correram dos meus olhos. Não me contive e dei um beijo em cada uma. O Brasil precisa de gente como a repositora de mercadorias, com tamanha dignidade, discernimento e conhecimento de política. Fiz questão de incentivá-la porque certamente vai subir muito na empresa ou arranjar um emprego melhor logo, logo, pois faz por merecer.
Aproveitei e disse à colega que deve aprender com a outra, buscar notícias em locais confiáveis e não acreditar em tudo o que lhe dizem.
Saí dali feliz da vida, doido para tomar minha pinga e comer minha salada junto com um belo ovo, porque não dá para comprar carne nesses tempos de governo para os pobres.
No supermercado, disputando mercadorias, caíam mil à minha esquerda e 10 mil à minha direita, mas eu havia me livrado do laço do passarinheiro e triunfava entre todos.
A fila para pagar estava entupida, mas eu nem liguei.


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