segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Sonhos não se controlam




Aquela vez em que estivemos em casa de mi mamá,
Eu não as quis constrangê-las ao beijar suas faces
Estava celebrando a vida,
Homenageando suas belezas, agradecendo por suas presenças, finalmente, físicas


Quando sofri pela ausência dela, eu não as quis entristecer
Apenas externei que sentia falta de quem sempre esteve  ali, num cantinho, nos últimos tempos
E é muito difícil para mim, d’estar naquele lugar
E encarar com naturalidade a dura realidade


Achei que o destino – ou o acaso – havia-as enviado
Para me ajudarem a esquecer, encarar melhor
Mas, mesmo não passando de um sonho – e era realmente isso
Eu consegui estragar tudo, como sempre faço onde me meto.
Foi o que entendi dos seus agravos.


Peço as devidas escusas, inclusive pela trilha sonora que impingi: “Bananeira mangará”
E prometo que, doravante, vou manter a amizade à distância,
E, ainda que não possa controlar o enredo daquilo que vou sonhar
Prometo acordar no exato momento em que puder vir a deixar alguém sem chão ou lugar
Porque nunca gostei de ser incompreendido.


Vejam bem: Eu conheço suas inteligências, li seus textos, sei o que estudam – ou dizem estudar –,
Mas não conheço as suas neuroses ou histerias.
E por isso meio que encerro aqui, embora não sendo peremptório,
Pois reconheço a dificuldade de continuar o mesmo d’antes
Até porque o incidente evidenciou o mal que faz estar enfurnado nessa “irreal life”
Não faz sentido dedicar tanto tempo a ela, uma rota de fuga da dura realidade.


Continuarei deixando papos-firmes, coraçõezinhos e ha-has, mas com baixíssima frequência.
Comentarei o mínimo, e apenas quando logar,
E depois de responder “meus seguidores”.
Saio para cuidar de mim, sem entrar para a história.
Vou apenas suprir minha ausência em minha vida e,
Em especial, atentar para quem ainda está aqui, em carne, osso e espírito.



Fernando César Borges Peixoto
Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista.

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