quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Roger Waters e a invertida: militância paga?



Sérgio Sá Leitão, ministro da Cultura, revelou pelo twitter que o músico Roger Waters, ex-guitarrista do Pink Floyd, ativista acusado de antissemita por apoiar um boicote econômico, cultural e político a Israel, recebeu R$ 90 milhões por sua turnê, para fazer campanha eleitoral disfarçada em favor do candidato Fernando Haddad [1], nos shows realizados no Brasil, no curso do segundo turno das eleições presidenciais. Para o ministro, essa é a verdadeira caixa 2 ocorrida nessas eleições, pois uma empresa brasileira pagou US$ 3 milhões por show pela campanha favorável ao petista.
Os shows do Brasil foram programados para outubro, nas seguintes datas: São Paulo (09 e 10), Brasília (13), Salvador (17), Belo Horizonte (21), Rio de Janeiro (24), Curitiba (27) e Porto Alegre (30).
Sem apresentar uma única prova, o músico vem insistindo em atingir a reputação de Jair Bolsonaro, candidato oponente, chamando-o de “corrupto”, “louco”, “vingativo e insano”. Já no primeiro show da turnê, no Alianz Parque, em 09/10/2018, Waters aderiu à campanha #EleNão no palco, e exibiu a frase “Neofascismo está em ascensão”, elencando o nome de Bolsonaro ao lado de líderes mundiais, como Donald Trump, Viktor Orbán, Marine Le Pen, Sebastian Kurz, Jaroslaw Kaczynski e Niger Farage, além de Vladimir Putin, único nome seguido por um sinal de interrogação [2]. Recebeu uma baita vaia e, dada a repercussão negativa de sua atitude, fez-se de vítima no show seguinte, em que exibiu a mensagem “ponto de vista político censurado” sobre o nome de Bolsonaro, e usou vários jargões dos “humanistas” que amam o ser abstrato “humanidade”, sem se preocupar com quem está próximo: “... todas as etnias, religiões e nacionalidades merecem ter os direitos humanos básicos” [3]. No show em Salvador, seu telão exibiu a imagem de Moa do Katendê, cuja morte numa discussão de bar, foi instrumentalizada pela esquerda, que afirmou que o mestre de capoeira teria sido morto por um partidário de Bolsonaro, numa discussão sobre política; e no do Rio de Janeiro, a homenageada foi Marielle Franco [4], política de extrema-esquerda, morta por supostos adversários políticos.
Fora dos palcos, o músico continuou com suas declarações polêmicas, para utilizar o jargão da grande mídia, como na entrevista concedida à Folha de São Paulo, em 19/10/2018 [5], quando denunciou a severa separação entre ricos e pobres por todo o mundo, e falou que em São Paulo, p.ex., há casarões bastante vigiados, cercados por grades, em locais que, logo adiante, há pessoas vivendo na sarjeta. O cantor, que vive num palacete, cobra uma montanha de dinheiro para dar shows em países periféricos como o Brasil, inviabilizando que aqueles que “merecem ter os direitos humanos básicos”, segundo suas próprias palavras, tenham acesso à diversão.
Sobre o presidiário Lula da Silva e a impeachada (e reprovada nas urnas) Dilma Roussef, ele foi bastante ameno ao questionar o motivo pelo qual o Lula teria roubado dinheiro do povo, e se essa era a história verdadeira.
Tudo não passa de um mise-em-scène esquerdista, pois enquanto ataca um homem honesto, defende os que criam fortunas mantendo os seguimentos “minoritários” da sociedade que dizem defender sob seu jugo, e ainda desviam milhões do dinheiro que a eles deveria ser destinado.
O músico, que acredita na importância de suas opiniões políticas, mesmo desconhecendo o conceito real de ideologias como o fascismo, também declarou não saber o que acontece no Brasil, e que as informações sobre a situação política dos países nos quais se apresenta, são obtidas em conversas informais, com pessoas com quem se encontra no período de estadia. Parece que o ativista filtra as informações, aceitando apenas as que não contrariam a agenda esquerdista, pois criticou o chefe de sua equipe de segurança no Brasil, por dizer que Bolsonaro não se rendeu à corrupção e representa a novidade na política.
Ele ainda disse que, “dependendo do resultado da eleição”, espera que os brasileiros não peçam sua volta ao país até o retorno da democracia.
A denúncia do ministro Sérgio Sá Leitão, que foi criticado por Waters por repudiar manifestações políticas em shows, além de escancarar a hipocrisia do músico, e a sua desonestidade ao cometer crime eleitoral, comprovará a utilização (mais uma vez) da máxima esquerdista, atribuída a Lênin: “acuse-os de fazer aquilo o que você faz; xingue-os daquilo o que você é”.



NOTAS
[2] Praça, Sérgio. Roger Waters precisa de educação. Exame, 10/10/2018. Disponível em https://exame.abril.com.br/blog/sergio-praca/roger-waters-precisa-de-educacao/;
[3] Roger Waters reage a vaias e se diz 'censurado' em segundo show em São Paulo. O Globo, 11/10/2018. Disponível em https://oglobo.globo.com/cultura/musica/roger-waters-reage-vaias-se-diz-censurado-em-segundo-show-em-sao-paulo-23148326;
[4] Roger Waters defende boicote ao Brasil em defesa da democracia. Brasil 247, 22/10/2018. Disponível em https://www.brasil247.com/pt/247/cultura/372744/Roger-Waters-defende-boicote-ao-Brasil-em-defesa-da-democracia.htm;
[5] Menezes, Thales de. Roger Waters agradece vaias em SP e diz que Bolsonaro é corrupto e insano. Folha em São Paulo, 19/10/2018. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/10/roger-waters-agradece-vaias-em-sp-e-diz-que-bolsonaro-e-corrupto-e-insano.shtml.


[Texto originalmente publicado no portal Análise Inversa]




Fernando César Borges Peixoto
Advogado, niteroiense, conservador, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista.

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