quinta-feira, 29 de julho de 2021

Influenciadores decadentes



Surge uma nova casta, formada por pessoas iracundas, um chorume criado pelas redes sociais, sob a alcunha de influenciador digital da terceira via. São “profissionais” que já caíram em ostracismo depois de possuírem, em regra, muita relevância por detatacerminado período.

Aparentemente, por incapacidade própria, não souberam lidar com o sucesso e a vaidade; e pior ainda administram o fracasso.

Há muitos desses, mas abaixo serão tratados apenas aqueles que iniciaram seus passos junto ao incipiente movimento conservador no país e aos adeptos do espectro político da direita, resultado da revolta contra a espiral do silêncio em que os conservadores foram envolvidos durante os anos de roubalheira e vergonha protagonizados pela esquerda no poder (cujos frutos amargos colhemos sem previsão de acabar, em razão da ampla infiltração).

Tais personagens, em verdade, ganharam postos e prestígio, mas foram incapazes de se manter no topo, não fidelizando os seguidores que foram conquistados apenas por defenderem as ideias que, sem justificativa plausível (ou quiçá por algum tipo de ameaça ou oferecimento de vantagens desconhecidos), passaram a ofender de uma hora para a outra.

Alguns foram abandonados pelos verdadeiros produtores do conteúdo que apresentavam e tiveram que lidar com a própria deficiência cognitiva para continuar seu trabalho. Como não poderia ser diferente, falharam fragorosamente na abordagem de temas que não dominam. O público mais qualificado percebeu a farsa e se afastou, restando-lhes apenas gritar e xingar os agora desafetos.

Outros, por vaidade ou inveja, aparentemente traíram as convicções que os levaram ao sucesso. Alegando que "pensam com a própria cabeça" (o propriomiolismo), passaram a ofender seus companheiros de viajem, em especial os mais capacitados, pois não se dignam a olhar para baixo, apenas atiram para cima.

Interessante observar que todas essas subcelebridades que ascenderam e decaíram meteoricamente, atraíram para si espécies de peixes-piloto que buscavam ascensão profissional ou financeira; e eles não se opuseram porque é bom para sua imagem manter a panca de influente entre os influentes. Os peixes-piloto, como desde sempre foram personas irrelevantes, seguiram-nos forçosamente ou até mesmo por desconhecerem outro caminho.

Voltando aos influenciadores decadentes, a perda de likes, de joinhas e de comentários babaovísticos forjou pessoas frustradas, que não reagiram bem à irrelevância que já era esperada pelos conscienciosos. Aliadas à imaturidade, essas circunstâncias as levou a protagonizar situações vexaminosas e passíveis de dura repreensão pela baixeza de certas ações que levaram a efeito.

Como diria Fausto Silva, a fauna (desses pseudo-qualquer-coisa) é grande e abarca desde editores de livros a políticos, passando por figuras públicas, analistas políticos, músicos, chargistas, portadores de diplomas de Filosofia, publicitários, notórios trambiqueiros, jornalistas, funkeiros e profissionais das mais variadas áreas.

Espera-se que a birra não os conduza a aderir à escumalha que pretende enterrar o país de vez com o seu projeto de poder.

Todos seremos vítimas, com a exceção dos amigos do rei, mas uma coisa é mais certa que as outras: a revolução devora seus filhos, e normalmente os primeiros a sucumbir são aqueles que cerraram fileiras com os que ocupam o poder, para não se verem tentados a tomarem-no para si.

 

Fernando César Borges Peixoto

Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa forma, é um saudosista


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