Aquela vez em que estivemos em casa
de mi mamá,
Eu não as quis constrangê-las ao
beijar suas faces
Estava celebrando a vida,
Homenageando suas belezas, agradecendo
por suas presenças, finalmente, físicas
Quando sofri pela ausência dela, eu
não as quis entristecer
Apenas externei que sentia falta de
quem sempre esteve ali, num cantinho, nos últimos tempos
E é muito difícil para mim, d’estar
naquele lugar
E encarar com naturalidade a dura
realidade
Achei que o destino – ou o acaso –
havia-as enviado
Para me ajudarem a esquecer,
encarar melhor
Mas, mesmo não passando de um sonho
– e era realmente isso
Eu consegui estragar tudo, como sempre
faço onde me meto.
Foi o que
entendi dos seus agravos.
Peço as devidas escusas, inclusive
pela trilha sonora que impingi: “Bananeira mangará”
E prometo que, doravante, vou manter
a amizade à distância,
E, ainda que não possa controlar o
enredo daquilo que vou sonhar
Prometo acordar no exato momento em
que puder vir a deixar alguém sem chão ou lugar
Porque nunca gostei de ser
incompreendido.
Vejam bem: Eu conheço suas
inteligências, li seus textos, sei o que estudam – ou dizem estudar –,
Mas não conheço
as suas neuroses ou histerias.
E por isso meio que encerro aqui, embora
não sendo peremptório,
Pois reconheço a dificuldade de
continuar o mesmo d’antes
Até porque o incidente evidenciou o
mal que faz estar enfurnado nessa “irreal life”
Não faz sentido dedicar tanto tempo
a ela, uma rota de fuga da dura realidade.
Continuarei deixando papos-firmes,
coraçõezinhos e ha-has, mas com baixíssima frequência.
Comentarei o mínimo, e apenas
quando logar,
E depois de responder “meus
seguidores”.
Saio para cuidar de mim, sem entrar
para a história.
Vou apenas suprir minha ausência em
minha vida e,
Em especial, atentar para quem
ainda está aqui, em carne, osso e espírito.
Fernando César Borges Peixoto
Advogado, niteroiense, gosta de escrever e, de certa
forma, é um saudosista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário